Greve: servidores de universidade federais iniciam caminhada para Brasilia

Centenas de servidores públicos de universidades e institutos federais de todo o Brasil se reuniram na manhã desta quarta-feira (17) em Brasília para uma marcha em direção ao Ministério da Gestão, na Esplanada dos Ministérios.

O movimento ocorre em meio a uma série de greves que já afetam ao menos 51 universidades e 79 institutos federais no país. Os servidores reivindicam reestruturação de carreira, recomposição salarial e revogação de normas implementadas durante os governos anteriores.

Reivindicações dos servidores e resposta do governo quanto a greve

Os manifestantes carregavam faixas com as principais reivindicações dos docentes. Além disso, o grupo cobra por uma resposta do governo federal. Entre as demandas dos servidores estão a equiparação dos benefícios e auxílios com os servidores do Legislativo e do Judiciário até o final de 2024, além da revogação de atos normativos que impactam negativamente a carreira dos docentes.

O Ministério da Gestão se pronunciou, destacando que a reestruturação de carreiras na área de Educação é uma prioridade e que até sexta-feira (19) será apresentada uma proposta convergente com o relatório do Grupo de Trabalho formado por representantes dos ministérios da Educação e da Gestão, além de entidades sindicais representantes dos servidores.

O governo ressaltou também estar aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas. Veja a resposta do Ministério da Gestão na íntegra:

“A reestruturação de carreiras na área de Educação é um compromisso prioritário do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Na sexta-feira (19/5) o governo apresentará uma proposta convergente com o relatório do Grupo de Trabalho formado por representantes dos Ministérios da Educação e da Gestão, das universidades e instituições de ensino, além de entidades sindicais representantes dos servidores do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). O Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas.”

Divergências entre servidores e governo sobre reajustes e benefícios

Os professores da Universidade de Brasília (UnB), que estão em greve desde segunda-feira (15), reivindicam recomposição salarial com reajuste de 22,71% dividido em três parcelas, além de melhorias nos auxílios alimentação, saúde e creche. No entanto, o governo propôs um reajuste de 9% dividido em duas parcelas, com valores inferiores aos solicitados pelos servidores.

Além disso, a proposta de reajuste dos auxílios alimentação, saúde e creche apresentada pelo governo não contempla aposentados e pensionistas, o que tem gerado insatisfação entre os servidores. Enquanto o governo propõe um aumento significativo nos valores desses auxílios, os servidores defendem que todos os benefícios sejam estendidos a todos os funcionários, ativos, aposentados e pensionistas.

O impasse entre servidores e governo reflete a tensão crescente no cenário político e econômico do país, com os trabalhadores buscando garantir seus direitos e o governo tentando equilibrar as demandas com as limitações orçamentárias e fiscais. A mobilização dos servidores em Brasília demonstra a determinação da categoria em lutar por melhores condições de trabalho e valorização profissional.