Recentemente, pesquisadores brasileiros descobriram gravuras rupestres intrigantes e as especulações sobre possíveis aparições de alienígenas começaram a ganhar repercussão. As imagens encontradas têm mais de 2 mil anos de idade e foram descobertas após três expedições, entre 2022 e 2023, no Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins.
Segundo informações reveladas pelo LiveScience, as imagens encontradas eram de pegadas humanas, figuras semelhantes a corpos celestes e representações de animais, como veados e porcos selvagens. Além disso, as pinturas foram analisadas pelos pesquisadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que descobriram 16 sítios arqueológicos pré-coloniais.
Descoberta das gravuras
Os arqueólogos haviam encontrado apenas artefatos de pedra dos povos indígenas pré-coloniais do Jalapão até agora. Por isso, a descoberta dessas gravuras foi importante para tentar entender sobre os povos que viviam naquela região antes da chegada dos europeus. Rômulo Macêdo foi o arqueólogo responsável pelas expedições e liderou os trabalhos.
Conforme os estudos indicam, os pigmentos de pintura foram produzidos a partir da pulverização de minerais de ferro muito abundantes na região; o pó era então misturado com gordura animal ou vegetal e aplicado na rocha com dedos ou bastões. As gravuras provavelmente foram feitas com pedras pontiagudas e pedaços de madeira.
Além disso, os primeiros artefatos cerâmicos e ferramentas de pedra encontrados em sítios arqueológicos na região podem ter sido itens importantes para a produção de arte. Dessa forma, a proximidade sugere uma possível conexão entre os sítios e esclarece padrões de assentamento das antigas comunidades que habitavam a região.
No entanto, os cientistas estão estudando a possibilidade das pinturas serem mais antigas do que as gravuras e que tenham sido feitas por outro grupo cultural. A equipe também descobriu pinturas vermelhas em alguns dos locais. Muitas das esculturas são símbolos gravados a partir do desgaste das rochas.
Informações sobre o local da descoberta
O Parque Estadual do Jalapão, abrangendo aproximadamente 34 mil quilômetros quadrados, está enfrentando dificuldades que ameaçam sua existência. Situado em uma região árida composta por dunas, rios sinuosos e imponentes formações rochosas, este local tem sido alvo de preocupações devido ao aumento do vandalismo e do desmatamento.
Apesar de abrigar potenciais descobertas arqueológicas, a pesquisa nesta área tem sido limitada, principalmente dedicada a estudos de salvamento decorrentes de atividades agrícolas e de infraestrutura.
Nos raros estudos arqueológicos conduzidos no Parque Estadual do Jalapão, foram identificados artefatos que remontam a períodos que variam entre 425 e 12 mil anos atrás. Neste caso, os artefatos, que incluem cerâmicas e pontas de flecha, oferecem novas informações sobre as sociedades antigas que habitaram essa região.
No entanto, apesar do potencial significativo dessas descobertas, a pesquisa arqueológica tem sido limitada, refletindo um desafio maior de preservação e proteção do patrimônio cultural e natural do parque.
Diante das crescentes ameaças, várias iniciativas estão sendo propostas para proteger e promover a conservação do patrimônio arqueológico do Parque Estadual do Jalapão. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou planos para desenvolver projetos direcionados à preservação e divulgação das descobertas feitas na região.
Portanto, as ações têm como objetivo não apenas proteger os vestígios do passado, mas também conscientizar o público sobre a importância da preservação do patrimônio cultural e ambiental do parque.