Grande empresa encerra recuperação judicial após decisão de juiz

A Paquetá Calçados encerrou seu processo de recuperação judicial no último sábado (11), conforme decisão proferida pelo juiz Alexandre Kosby Boeira. A empresa, que enfrentava dificuldades financeiras, optou por vender algumas de suas lojas a um grupo de São Paulo como parte de estratégia para alcançar recursos destinados ao pagamento de seus credores. A determinação judicial aguarda o retorno da posição da empresa em relação à redação final, em uma etapa que teve início em junho de 2019.

Dois meses após o pedido de recuperação judicial, a Paquetá Calçados apresentou a primeira versão do Plano de Recuperação Judicial (PRJ), o qual foi alvo de contestações por parte de alguns credores. Ao longo do processo, foram realizadas sucessivas modificações no PRJ, culminando na aprovação da versão final pelos credores em junho de 2021. Ao término do procedimento, a empresa conseguiu quitar um valor total de R$ 7,37 milhões junto aos seus credores.

Na decisão, o juiz Boeira ressaltou que a empresa volta agora ao mercado “sem o rótulo de sociedade em ‘recuperação judicial'”. Apesar disso, o magistrado reconhece as dificuldades que a Paquetá Calçados enfrentará ao retomar suas operações, observando que é impensável supor que a empresa possa recuperar sua relevância anterior em um curto espaço de tempo.

Funcionários demitidos

Durante o período em que buscava a recuperação, a Paquetá Calçados no município gaúcho de Sapiranga, com suas finanças debilitadas, efetuou demissões e atrasos nos pagamentos dos funcionários. O presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, Júlio Cavalheiro Neto, informou que recebeu a notícia do encerramento da recuperação judicial, evitando assim a falência.

Neto destacou que novas reuniões estão previstas com a direção da empresa para discutir outras dívidas pendentes, especialmente aquelas relacionadas aos funcionários. Ele ressalta que aproximadamente 300 trabalhadores estavam em lay off (situação de suspensão temporária do contrato de trabalho), retornando em 1º de novembro, mas sendo dispensados até o dia 20. Para o grupo que permaneceu trabalhando, composto por cerca de 200 pessoas, a empresa teria efetuado o pagamento de setembro na semana retrasada.

Neto expressou a esperança de que a recuperação da empresa proporcione mais oportunidades de emprego para os trabalhadores, ressaltando a importância desse processo para a comunidade local.