Governo cancela leilão do arroz por suspeita de fraude

Após suspeitas de irregularidades, o Governo Federal anunciou a anulação do leilão para compra de arroz importado, que ocorreu na semana passada. A medida foi tomada diante de fragilidades identificadas nas empresas participantes do certame. Além disso, a polêmica envolvendo a participação de uma corretora ligada a um ex-assessor do governo gerou questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse.

Governo cancela leilão do arroz
Governo cancela leilão do arroz por suspeita de fraude 2

Governo confirma anulação do leilão e novas medidas

O presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou a anulação do leilão e a intenção de realizar um novo procedimento “mais ajustado”. A decisão foi endossada pelo presidente Lula e visa garantir a contratação de empresas com capacidade técnica e financeira para entregar arroz com qualidade a preços acessíveis.

O novo leilão será elaborado com o auxílio da Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Receita Federal. O objetivo é avaliar previamente as empresas habilitadas, garantindo que tenham condições técnicas e financeiras de cumprir os contratos. Dessa forma, o governo busca evitar problemas como os identificados no leilão anterior.

Em meio à polêmica, o ministro da Agricultura anunciou a saída de Neri Geller do cargo de secretário de Política Agrícola. A decisão foi tomada após Geller colocar o cargo à disposição do governo. A saída ocorreu devido à criação de uma sociedade entre o filho de Geller e uma corretora envolvida no leilão, o que levantou suspeitas de possível conflito de interesses.

Diante das suspeitas de irregularidades e dos questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse, o governo optou por anular o leilão para compra de arroz importado e tomar novas medidas para garantir a lisura do processo. A saída do secretário de Política Agrícola reforça o compromisso com a transparência e a ética na gestão pública. Agora, cabe ao governo conduzir um novo leilão de forma transparente e responsável, garantindo o abastecimento de arroz no país de maneira adequada e justa para todos os envolvidos.

Rio Grande do Sul perde safra de arroz após enchentes

O Rio Grande do Sul, importante polo produtor de arroz no Brasil, enfrenta desafios após as recentes enchentes que assolaram o estado. A perda da safra de arroz levanta preocupações sobre os impactos no mercado nacional e internacional, especialmente em relação aos preços do produto.

Embora o Rio Grande do Sul seja uma região chave na produção de arroz, felizmente as regiões sul do estado e a fronteira com a Argentina já haviam colhido suas safras de 2024, minimizando a pressão no mercado para importações. No entanto, a incerteza sobre a magnitude dos danos nas regiões mais afetadas dificulta a avaliação precisa dos impactos nos preços.

O governo anunciou a importação de 1 milhão de toneladas de arroz, mas a ideia enfrenta desafios, uma vez que as regiões produtoras do sudeste asiático, onde o arroz poderia ser comprado, estão distantes e o transporte marítimo levaria cerca de 60 dias. Nesse contexto, produtores e cooperativas defendem a suspensão da taxa de importação, permitindo que o setor privado ajuste as compras de acordo com a demanda.

Apesar do aumento gradual nos preços do arroz nas últimas semanas, os agricultores afirmam que não haverá escassez do produto, evitando a necessidade imediata de importação. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da USP observa um aumento nos preços do arroz, mas destaca que os valores ainda não dispararam. Isso sugere uma relativa estabilidade no mercado, apesar das adversidades enfrentadas pelo Rio Grande do Sul.