Famílias que perderam entes em queda de avião serão indenizadas em R$ 103 mil

Os familiares das 62 vítimas do voo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP) no dia 9 de agosto, começaram a receber o seguro Reta (Responsabilidade do Explorador e Transportador Aéreo). Segundo informações do UOL, cada família receberá um montante de R$ 103 mil. Na quinta-feira (22), os parentes se encontraram com representantes da companhia aérea em Cascavel (PR) para tratar do assunto.

Até agora, cinco famílias já receberam o pagamento do seguro, que é obrigatório e similar ao Dpvat (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre). Outras 36 famílias, que já entregaram a documentação necessária, ainda estão no aguardo do pagamento.

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Famílias que perderam entes em queda de avião serão indenizadas em R$ 103 mil
Infográfico sobre os detalhes técnicos da queda do avião (Foto: reprodução/G1)
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Indenização das famílias

É importante observar que o pagamento do seguro Reta não elimina o direito a futuras indenizações por “responsabilidade” (como danos morais e materiais). De acordo com o Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica, todas as empresas aéreas que operam no Brasil são obrigadas a manter esse seguro, que deve ser pago independentemente da culpa do transportador.

O valor do seguro é determinado conforme a apólice do contrato celebrado entre a companhia aérea e a seguradora. O transportador aéreo deve informar qual seguradora foi contratada para que os familiares possam dar início aos procedimentos necessários. Em resposta à reportagem do UOL, a Voepass declarou que está lidando diretamente com os familiares para resolver a questão.

Pertences

Além disso, os familiares recuperaram os pertences que haviam sido enviados ao Instituto de Criminalística de São Paulo. A devolução ocorreu em um encontro reservado à imprensa, realizado em um hotel na área do Lago de Cascavel. Entre os itens devolvidos estavam escovas de cabelo e dentes, fotos, documentos pessoais, além de exames médicos e odontológicos.

Embora os familiares não tenham falado com a imprensa, alguns mencionaram que assinaram um termo de confidencialidade e que receberão, em uma data posterior, algumas das bagagens das vítimas. No entanto, outras bagagens foram incineradas devido à presença de material biológico.

Caixa preta do avião

A extração dos dados das caixas-pretas foi finalizada no dia 13. A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) completou a extração das informações dos dois gravadores de voo.

Os dados foram extraídos no Labdata (Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo) em Brasília e estão em processo de análise. Neste momento, os agentes do Cenipa estão avaliando as operações do voo, o ambiente operacional, fatores humanos, além de componentes, equipamentos, sistemas e infraestrutura envolvidos.

O órgão planeja divulgar um relatório preliminar com informações factuais sobre o acidente dentro de 30 dias. A possibilidade de que o acúmulo de gelo na fuselagem tenha contribuído para a perda de sustentação, como sugerido pela Voepass, ainda não foi confirmada ou descartada pelos investigadores. Eles ressaltam que a investigação está em seus estágios iniciais e que é prematuro determinar as causas do acidente.