Recentemente, novos estudos revelaram que Saturno é considerado um planeta desequilibrado. Os cientistas explicam os motivos para isto acontecer. Neste caso, os pesquisadores da Universidade de Houston revelaram um significativo desequilíbrio energético sazonal em Saturno, resultado de sua excentricidade orbital variável.
O estudo foi publicado na Nature Communications, o estudo utiliza dados da missão Cassini para destacar a complexidade da energia solar absorvida e emitida pelo planeta, além do calor interno que influencia seu clima. A descoberta representa uma mudança modelos climáticos anteriores para gigantes gasosos, oferecendo novas pesquisas sobre a formação planetária.
Xinyue Wang, estudante de doutorado do Departamento de Ciências da Terra e Atmosféricas, identificou o desequilíbrio energético sazonal em Saturno, evidenciando variações significativas na energia solar absorvida ao longo de sua órbita.
“Até onde sabemos, o papel do orçamento energético no desenvolvimento de tempestades úmidas e convectivas na Terra não foi totalmente examinado. Dessa forma, planejamos investigar isso também para ver se há ligação”, disse Wang.
Ao contrário da Terra, cujo orçamento energético é mais estável devido à sua pequena excentricidade orbital, Saturno experimenta mudanças substanciais que afetam seu clima de longo prazo.
Quais os resultados?
Os resultados sugerem que este desbalanceamento energético pode influenciar o desenvolvimento de tempestades gigantes no planeta, um fenômeno climático central em seu sistema atmosférico. Além disso, as observações também levantam questões sobre possíveis paralelos com o clima terrestre, especialmente em relação ao papel do orçamento energético na formação de tempestades convectivas.
Os pesquisadores planejam expandir sua investigação para incluir outros gigantes gasosos do Sistema Solar, como Urano, sendo uma forma de compreender melhor os efeitos do orçamento energético em diferentes contextos planetários.
Conheça mais sobre Saturno
Saturno, o sexto planeta a partir do Sol no nosso sistema solar, é famoso por seus anéis. O planeta gasoso, com um diâmetro aproximadamente nove vezes maior que o da Terra, é o segundo maior planeta do nosso sistema, superado apenas por Júpiter. Sua composição é de hidrogênio e hélio, semelhantes às estrelas, e ele possui uma atmosfera rica em tempestades violentas e ventos rápidos.
Os anéis de Saturno são sua característica mais notável. Compostos principalmente de partículas de gelo e rocha, os anéis são largos, estendendo por centenas de milhares de quilômetros, mas são finos, com espessuras de apenas algumas dezenas de metros. A origem dos anéis ainda é objeto de estudos, já que não existem evidências concretas de como eles são formados.
Até o momento, os cientistas acreditam que sejam restos de luas e cometas que se desintegraram devido à força gravitacional de Saturno. Além dos anéis, Saturno tem mais de 80 luas conhecidas, sendo Titã a maior delas, uma lua tão grande que é maior que o planeta Mercúrio e possui uma atmosfera espessa e rica em metano.
A sonda Cassini, lançada pela NASA em 1997, passou 13 anos orbitando o planeta, fornecendo imagens detalhadas e dados científicos que revolucionaram os conhecimentos sobre Saturno.