Estudos indicam que inverno em 2024 ainda deve ser quente mesmo com fim do El Niño

No próximo mês, o inverno de 2024 deve começar, mas novos estudos indicam que, neste ano, será muito mais quente do que o esperado para esta época do ano, mesmo com o final do El Niño se aproximando. 

Conforme divulgado, é esperado que o inverno deste ano seja mais quente, mesmo com o fim do fenômeno El Niño, que aquece a superfície do Oceano Pacífico Equatorial, o país deve experimentar um inverno com temperaturas elevadas, sem extremos de calor ou frio.

Com a transição para uma fase neutra após o El Niño, os cientistas esperam que esta condição ainda influencie o clima por algumas semanas. Mais pra frente, a chegada do fenômeno La Niña, conhecido por resfriar as águas do Pacífico, pode trazer mudanças significativas, especialmente no sul do Brasil, onde é comum o aumento da incidência de massas de ar frio.

Como fica o clima no Brasil?

Segundo o Climatempo, as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país devem apresentar um inverno com menos frequências de massas de ar frio, mantendo as temperaturas mais altas. Por outro lado, no Sul, estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná podem enfrentar um início de inverno mais frio devido à maior presença dessas massas de ar frio.

A expectativa é que o bloqueio atmosférico, que tem sido responsável por chuvas intensas em algumas regiões, diminua com o fim do outono. Dessa forma, o bloqueio, iniciado em 22 de abril, afetou significativamente o clima, especialmente no Rio Grande do Sul.

No caso de junho, mês deve permanecer com temperaturas elevadas, especialmente no centro do Brasil, influenciado por uma massa de ar seco que deve persistir até o dia 17. No entanto, a chegada de La Niña pode alterar esse cenário, trazendo condições climáticas mais frias para o centro-sul do continente, afetando países como Argentina, Uruguai e partes do Brasil.

O inverno de 2024 começa oficialmente em 21 de junho às 17h51, horário de Brasília. Algumas regiões do norte do Brasil, como partes do Amazonas, Pará, Roraima e Amapá, não experimentam o inverno da mesma forma devido à sua localização no Hemisfério Norte.

Impactos do El Niño 

Em 2023, o mundo enfrentou os efeitos do El Niño, que é caracterizado pelo aumento anormal das águas do oceano próximo à linha do Equador. Até o momento, o planeta ainda está sob os efeitos do fenômeno, embora ele deva terminar ainda este ano, mas nos próximos meses os cientistas meteorológicos afirmam que ele deve continuar influenciando no clima de diversas regiões. 

Segundo a última atualização da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno deve acontecer até maio, havendo 60% de chances dos impactos continuarem afetando o clima nesse período. Além disso, é possível que o El Niño entre em neutralidade a partir de junho e comece a diminuir os impactos. 

O El Niño de 2023/2024 atingiu seu pico de intensidade máxima entre os meses de novembro de 2023 e janeiro de 2024, consolidando-se como um dos cinco El Niños mais fortes já registrados, mas ainda mais fraco do que os Super El Niños de 1997/1998 e 2015/2016, de acordo com a OMM. 

Durante fevereiro de 2024, tanto o oceano quanto a atmosfera sobre o Pacífico tropical indicavam condições de El Niño, mas com uma diminuição principalmente das anomalias positivas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na região do Niño 3.4. Dessa forma, o evento climático está, aos poucos, enfraquecendo. Apesar disso, os impactos no clima global ainda são esperados nos próximos meses, embora em menor intensidade.