Estudo revela que 2024 foi o ano mais quente já visto na Terra
De acordo com os dados mais recentes do centro europeu Copernicus, 2024 está prestes a se tornar o ano mais quente da história registrada. Novembro marcou o 16º mês consecutivo em que a temperatura média global da superfície ultrapassou 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais. Especialistas alertam que esse aumento contínuo de temperatura pode trazer consequências graves para o clima em todo o mundo.
Esse valor é visto como um limite crítico, determinado pelos cientistas para evitar os efeitos mais devastadores do aquecimento global. Embora o limite de 1,5°C ainda não tenha sido ultrapassado de forma definitiva, já que seria necessário que esse aumento se mantivesse por vários anos consecutivos, os dados apontam que 2024 está prestes a bater o recorde de 2023.
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Segundo Samantha Burgess, diretora-adjunta do serviço de mudanças climáticas do Copernicus, essa situação destaca a necessidade urgente de medidas climáticas mais ambiciosas, a fim de reduzir os impactos do aquecimento global e impedir que eventos climáticos extremos se agravem no futuro.
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Consequências do ano mais quente
O aquecimento global tem exacerbado eventos climáticos extremos, como secas, ondas de calor e tempestades. No Brasil, a seca mais grave dos últimos tempos é um reflexo direto das altas temperaturas. Embora houvesse a previsão de chuvas para outubro, elas chegaram de forma tardia e com volumes abaixo do esperado, intensificando a escassez de água.
O calor também tem impulsionado o aumento de incêndios, muitos deles causados por queimadas ilegais, como ocorrido em Santarém, no Pará. Segundo o Cemaden, aproximadamente 400 cidades enfrentaram seca extrema em novembro, e a previsão é que esse número aumente para 1.600 em dezembro. Além disso, o aquecimento global tem favorecido chuvas mais fortes, como as registradas no Rio Grande do Sul, devido ao maior volume de vapor d’água presente na atmosfera.
Nível do mar
Em novembro de 2024, a temperatura média da superfície dos oceanos atingiu 20,58°C, o segundo maior valor já registrado para o mês, intensificando eventos climáticos extremos. O aumento da temperatura das águas oceânicas é um dos principais responsáveis por esses fenômenos.
Em novembro, a Antártida apresentou a menor extensão de gelo marinho já registrada para o mês, com uma diminuição de 10% em relação à média histórica, enquanto no Ártico a redução foi de 9%. Durante o período de setembro a novembro, algumas áreas, como a América do Norte, África do Sul e Rússia ocidental, sofreram com secas, enquanto outras, como o Brasil, experimentaram chuvas mais intensas.