Essa fruta começou a valer ouro e o Brasil nem consegue mais vender
O Brasil, maior produtor mundial de laranjas, enfrenta uma crise severa que tem inflacionado o preço da fruta e comprometido a capacidade do país de exportar suco de laranja.
A combinação de fatores climáticos adversos e o avanço de doenças nas plantações resultou em uma queda significativa na produção, elevando os preços a níveis alarmantes e ameaçando zerar os estoques destinados ao mercado externo.
Fruta começou a valer ouro e Brasil não consegue vender
A seca prolongada e as altas temperaturas registradas no segundo semestre de 2023 afetaram drasticamente a safra de laranjas no cinturão citrícola, que abrange os estados de São Paulo e Minas Gerais.
O calor extremo prejudicou o desenvolvimento das frutas, levando a uma redução de 29% na quantidade de frutos por área.
Para piorar, a doença greening, que tem se espalhado rapidamente pelos pomares, diminuiu ainda mais a produtividade.
Com menos laranjas disponíveis, a indústria de sucos, que tradicionalmente absorve cerca de 80% da produção de São Paulo, enfrenta uma competição acirrada com os consumidores domésticos pela fruta in natura.
O resultado dessa escassez foi um aumento expressivo nos preços: o valor da laranja pêra, a mais popular, subiu mais de 40% nos últimos 12 meses.
Esse cenário tem levado os consumidores a optarem por alternativas mais baratas, como outros tipos de sucos.
Os estoques de suco de laranja, que deveriam sustentar o mercado durante os períodos de entressafra, estão em níveis críticos.
A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) já considera os estoques tecnicamente zerados, o que significa que não há volume suficiente para atender à demanda global.
Em termos práticos, isso pode resultar na falta de suco de laranja brasileiro nos mercados internacionais nos próximos meses.
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Crise da laranja prejudica abastecimento da fruta em todo o mundo
Essa crise de abastecimento não afeta apenas os consumidores brasileiros, mas tem repercussões globais.
A União Europeia e os Estados Unidos, principais importadores de suco de laranja do Brasil, já sentem o impacto nos preços internacionais, que triplicaram nos últimos dois anos, atingindo valores sem precedentes.
Com a produção em queda e os estoques quase esgotados, o Brasil, que antes dominava o mercado, agora enfrenta dificuldades para cumprir os contratos de exportação da fruta.
As perspectivas para os próximos anos não são animadoras. Segundo especialistas, o país pode levar até três safras para recuperar os níveis normais de produção e reposição de estoques.
Até lá, o suco de laranja brasileiro poderá continuar escasso e caro, transformando o que era uma commodity abundante em um produto de luxo nos mercados internacionais.