Entenda como o fenômeno do Lá Niña irá afetar o Brasil

Segundo dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), órgão que executa o monitoramento de mudanças e fenômenos climáticos no mundo, existe 75% do fenômeno climático La Niña acontecer entre 2024 e 2025. No Brasil, o fenômeno também pode trazer possíveis impactos, principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. 

Por outro lado, é possível que outro fenômeno tenha início neste mesmo período, o chamado La Niña, que tem o efeito contrário do El Niño e acaba causando o resfriamento anormal das águas do oceano. 

Para Willians Bini, meteorologista e Chief Climate Officer (CCO) da FieldPRO, o inverno deste ano deve contar com a presença do fenômeno e suas consequências. “O cenário deve mudar rapidamente nos próximos meses. Entre julho e agosto, podemos ter o início do La Niña, o que traz impactos extremamente importantes para o agronegócio brasileiro”, afirma o especialista. 

Consequências no Brasil 

Em relação aos impactos no Brasil, a La Niña traz consigo frentes frias intensas e prolongadas, resultando em uma queda nas temperaturas, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, após uma sequência de ondas de calor influenciadas pelo El Niño. Além disso, o Sul do país enfrenta períodos de seca induzidos pelo fenômeno, prejudicando as plantações, especialmente durante os meses de primavera. Por outro lado, a região Norte é atingida por intensas chuvas, levando a inundações e ao aumento do fluxo dos rios, afetando estados como Minas Gerais, Bahia e Amapá. O verão de 2024 e o início de 2025 podem testemunhar as consequências dessas precipitações.

Dessa forma, os especialistas alertam para a singularidade de cada evento de La Niña, tornando difícil a previsão precisa de sua intensidade e impactos específicos. Portanto, embora sua chegada possa ser antecipada, ainda há incertezas sobre seu comportamento exato e consequências. Neste caso, é fundamental que autoridades, agricultores e comunidades estejam atentos às previsões e tomem medidas adequadas para diminuir os possíveis impactos da La Niña no Brasil.

Diferenças entre La Niña e El Niño 

Ambos os fenômenos são parte do El Niño-Oscilação Sul (Enos). Enquanto o El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, o La Niña corresponde ao seu resfriamento, devido ao aumento da ressurgência na costa oeste sul-americana provocada por ventos alísios mais intensos.

O fenômeno La Niña ocorre a cada intervalo de dois a sete anos, com duração de nove meses. Durante esse fenômeno, as regiões do leste e sudeste asiáticos e os países da Oceania experimentam chuvas intensas e aumento das temperaturas, enquanto a costa oeste da América do Norte e a América Central têm frio intenso, com a combinação de tempo frio e chuvas volumosas, assim como toda a costa pacífica sul-americana.

Nos estados brasileiros, o fenômeno apresenta algumas mudanças climáticas que podem ser preocupantes, como secas severas e muito calor na região Sul e chuvas torrenciais no Norte e Nordeste, com chances de alagamentos e enchentes.