Eleições 2024: Lula deve viajar o país para apoiar aliados onde o PT não é forte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preparando uma estratégia abrangente para as eleições municipais de 2024, com o objetivo de fortalecer seus aliados e combater a ascensão de adversários que ele classifica como “negacionistas”. Durante uma série de viagens pelo Nordeste, Lula delineou seus planos de campanha, destacando a importância de apoiar candidatos de partidos aliados onde o PT não tem chances competitivas.

Nos últimos dias, Lula esteve presente em várias cidades do Nordeste, incluindo Fortaleza, Teresina e São Luís. Essas visitas não apenas fortaleceram laços políticos, mas também incluíram a inauguração de obras e a entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida. Durante esses eventos, Lula deu diversas entrevistas a rádios locais, reforçando sua nova estratégia de comunicação direta com os eleitores.

O presidente deixou claro que, após um primeiro ano de mandato focado em viagens internacionais, sua prioridade agora é intensificar as viagens internas. “É o seguinte, as coisas estão acontecendo, as coisas vão acontecer e é por isso que eu vim aqui [Teresina]. Eu vou viajar o Brasil inteiro e acho que as coisas vão acontecer”, afirmou Lula. Ele também anunciou que dará entrevistas a rádios locais em todas as cidades que visitar, como parte de uma estratégia para alcançar eleitores de maneira mais eficaz.

Além do Nordeste, Lula planeja visitar o Mato Grosso em breve para lançar o Plano Safra, um importante programa de financiamento ao agronegócio.

Presidente Lula e vice Geraldo Alckmin.
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula reforça apoio a candidatos aliados

Uma das principais táticas de Lula para as eleições municipais de 2024 é apoiar candidatos de partidos aliados em locais onde o PT não possui candidatos fortes. Em entrevista à Rádio Meio, de Teresina, Lula enfatizou que seu objetivo é evitar que adversários “negacionistas” conquistem prefeituras importantes. “Onde não tiver candidato, vou apoiar candidato aliado. Não quero que os adversários ganhem, porque os adversários são negacionistas”, afirmou o presidente.

Em Fortaleza, Lula reforçou essa abordagem, destacando a necessidade de equilibrar as alianças políticas para não desagradar os partidos que compõem sua base no Congresso. “Eu tenho que levar em conta se, nas cidades, esses partidos que me apoiam estão disputando. Eu tenho que levar em conta quem são os adversários. E, aí, naquele que o adversário for adversário ideológico, adversário negacionista, você pode ter certeza que eu vou fazer campanha”, declarou Lula à Rádio Verdinha.

Alguns exemplos de cidades importantes onde o PT apoiará aliados incluem o Rio de Janeiro, onde Eduardo Paes (PSD) será apoiado; São Paulo, com Guilherme Boulos (PSOL) recebendo suporte; e Recife, onde João Campos (PSB) contará com o apoio de Lula.

Custos e desafios das viagens presidenciais

Em 2023, o Ministério das Relações Exteriores desembolsou cerca de R$65,9 milhões para cobrir os custos das viagens presidenciais de Lula ao exterior. O presidente passou 62 dias fora do Brasil, e esses gastos incluem as despesas de toda a comitiva, mas não os voos bancados pela Força Aérea Brasileira (FAB), cujas despesas permanecem sigilosas.

Essa abordagem de viagens intensivas tanto no exterior quanto internamente demonstra a determinação de Lula em consolidar sua influência política e apoiar seus aliados estratégicos. Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, Lula está mobilizando todos os recursos e esforços para garantir que seus adversários não ganhem terreno, especialmente nas cidades onde o PT não tem uma presença forte.

A combinação de viagens frequentes, alianças estratégicas e comunicação direta com os eleitores através das rádios locais reflete a estratégia abrangente de Lula para manter sua base de apoio e enfrentar os desafios políticos futuros.