É possível que exista um furacão de categoria 6?
Nesta semana, o furacão Milton, que passou pela Flórida, chamou a atenção de todo o mundo ao ganhar força de maneira impressionante, subindo da categoria 1 para a categoria 5 em apenas 24 horas.
A categoria 5 é atualmente o nível mais alto da Escala de Saffir-Simpson, que classifica furacões com base na intensidade dos ventos sustentados.
O fenômeno gerou grande preocupação nos Estados Unidos, particularmente nas cidades da Flórida, onde o furacão causou destruição nesta quarta-feira (09) antes de perder força.
Esse evento reacendeu um antigo debate: seria possível a criação de uma categoria 6 para furacões ainda mais poderosos?
É possível que exista um furacão de categoria 6?
A Escala de Saffir-Simpson, usada amplamente por meteorologistas, foi desenvolvida para medir a intensidade dos ventos de furacões e prever os danos potenciais.
Atualmente, a categoria mais alta, a 5, é aplicada a furacões com ventos sustentados superiores a 252 km/h.
Tempestades desse nível podem causar danos catastróficos, destruindo construções inteiras e deixando regiões inabitáveis por longos períodos.
No entanto, à medida que as temperaturas globais aumentam, impulsionadas pelas mudanças climáticas, alguns especialistas acreditam que a escala possa estar desatualizada.
Estima-se que os furacões estão se tornando mais intensos, e há indícios de que a energia acumulada em algumas tempestades ultrapasse os limites da categoria 5.
Estudos recentes, como o publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, indicam que os furacões estão ficando mais violentos em função do aumento das temperaturas do oceano, que alimentam as tempestades tropicais.
Esse estudo propôs a criação de uma categoria 6 hipotética, com ventos a partir de 308 km/h.
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Estudo propôs a criação da categoria 6 para furacões
Ao analisar furacões recentes, os pesquisadores identificaram pelo menos cinco tempestades que poderiam ser classificadas nessa nova categoria.
Para muitos climatologistas, como Michael Mann, da Universidade da Pensilvânia, furacões de categoria 6 não só são possíveis, como já estamos nos aproximando de sua realidade.
Ele defende que a intensificação dessas tempestades é uma consequência direta do aquecimento global causado por atividades humanas, e a criação de uma nova categoria poderia ajudar a alertar a população sobre riscos ainda maiores.
Apesar da discussão crescente, o National Hurricane Center dos Estados Unidos argumenta que ainda são necessárias mais pesquisas para justificar a criação oficial de uma nova categoria.
O órgão também adverte que a escala de Saffir-Simpson não leva em consideração outros fatores destrutivos dos furacões, como inundações e tempestades de maré, o que pode complicar a comunicação sobre o real perigo de cada evento.
Assim, enquanto a ciência avança e as mudanças climáticas continuam a moldar o comportamento dos furacões, o debate sobre a possível criação de uma categoria 6 permanece em aberto.