O aumento das temperaturas e a intensificação das chuvas fortes no Brasil nos próximos anos são uma preocupação crescente entre especialistas de saúde devido ao surgimento de doenças.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, essas mudanças climáticas terão um impacto significativo na saúde pública, trazendo um aumento alarmante de problemas de saúde e na incidência deles.
Doenças que podem assolar o Brasil devido as altas temperaturas
Estudos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Monash, na Austrália, apontam que o aumento da temperatura média em apenas 1ºC pode elevar significativamente o risco de internações por doenças renais devido à desidratação.
Além disso, pesquisas do Salud Urbana en América Latina (Salurbal) publicadas na revista Nature Medicine indicam que temperaturas extremas aumentam a mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias.
Os dados, coletados de 326 cidades em nove países da América Latina, mostram que o calor excessivo é especialmente perigoso, levando a condições como insolação e exaustão pelo calor, com potencial para causar acidentes vasculares cerebrais (AVC).
“A exposição prolongada às altas temperaturas reduz a capacidade do corpo de manter uma temperatura constante, levando a condições como insolação e exaustão pelo calor, o que pode resultar em acidentes vasculares cerebrais (AVC)”, afirma Waleska Teixeira Caiaffa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Aumento das doenças infecciosas e parasitárias é grande risco
As chuvas intensas e enchentes criam um ambiente propício para a proliferação de doenças infecciosas e parasitárias.
Alagamentos dificultam a drenagem adequada de águas, favorecendo surtos de doenças como leptospirose.
A escassez de água potável, comum durante períodos de altas temperaturas, pode levar a um aumento nos casos de doenças como esquistossomose e infecções gastrointestinais devido ao consumo de água contaminada.
“O aumento de doenças dependerá das mudanças climáticas em cada região e da situação socioeconômica da população”, observa James Venturi, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
Ele também alerta para o uso intensificado de agrotóxicos, que pode resultar na proliferação de parasitas resistentes.
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A sociedade brasileira enfrenta grandes desafios para mitigar os efeitos dessas mudanças climáticas na saúde pública.
A implementação de medidas preventivas, como melhorias na infraestrutura de saneamento básico e campanhas de conscientização sobre os riscos de doenças relacionadas ao clima, é essencial para reduzir o impacto previsto dessas doenças no país.