Desmatamento na Amazônia atinge a menor taxa em 6 anos

O primeiro bimestre de 2024 apresentou um cenário promissor no que diz respeito ao desmatamento na Amazônia, registrando a menor taxa dos últimos seis anos, de acordo com dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) nesta segunda-feira (18/3). Esse período revelou uma queda significativa na derrubada de florestas, apontando para um avanço na preservação do bioma.

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Entenda a queda do desmatamento na Amazônia

Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, foi detectada uma devastação de 196 km² de floresta, representando apenas 63% do desmatamento registrado no mesmo período do ano anterior, quando atingiu a marca alarmante de 523 km².

Fevereiro foi especialmente positivo, registrando uma redução de 64% no desmatamento em comparação com o mesmo mês de 2023, destacando-se os estados do Mato Grosso, Amazonas, Roraima, Pará, Maranhão, Rondônia e Acre como os principais locais de ocorrência.

Apesar desses avanços, o Maranhão e Roraima apresentaram um aumento na derrubada de floresta em fevereiro de 2024. No entanto, observou-se uma tendência de queda em outros estados, evidenciando a necessidade de vigilância contínua e a implementação de medidas preventivas.

De acordo com Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, embora os dados mostram uma melhoria significativa, ainda há um longo caminho a percorrer. A meta de desmatamento zero até 2030 é essencial para combater as mudanças climáticas, ressaltou ela, enfatizando a importância de acelerar os processos de demarcação de terras indígenas e quilombolas, bem como a criação de unidades de conservação.

Os resultados positivos também indicam a necessidade de um maior investimento em políticas de preservação ambiental e fiscalização eficaz, visando garantir a proteção do bioma amazônico e sua biodiversidade única.

O que esperar para os próximos meses

Embora os números apontem para uma tendência de redução no desmatamento, é fundamental reconhecer os desafios enfrentados na região. A expansão agrícola, a pecuária e a exploração ilegal de madeira continuam a ser ameaças persistentes à floresta amazônica. Além disso, a pressão por desenvolvimento econômico muitas vezes colide com os esforços de conservação ambiental.

Para enfrentar esses desafios de forma eficaz, é necessário adotar uma abordagem multifacetada, que envolva não apenas políticas de proteção ambiental mais rigorosas, mas também o engajamento da sociedade civil, o fortalecimento das instituições de fiscalização e a promoção de práticas sustentáveis.

Além disso, é crucial reconhecer e respeitar os direitos das comunidades indígenas e tradicionais que habitam a Amazônia, garantindo sua participação ativa na gestão e proteção de suas terras.

Diante do desafio urgente de preservar a maior floresta tropical do mundo, a queda no desmatamento nos últimos meses é um sinal encorajador. No entanto, é essencial manter o ímpeto e intensificar os esforços para garantir que a Amazônia continue a desempenhar seu papel vital na regulação do clima global e na manutenção da biodiversidade planetária.