Dados meteorológicos indicam que calor de em 2025 será mais severo que 2024

Em 2024, o mundo tem testemunhado um aumento notável na intensidade e frequência de eventos climáticos extremos. O planeta está experimentando chuvas fora de temporada, terremotos mais intensos, ondas de calor prolongadas, ressacas severas, secas intermináveis e o surgimento de tornados e furacões em áreas incomuns.

O aumento da temperatura nas águas do Atlântico Norte está afetando diretamente os padrões climáticos no Brasil. Esse aquecimento está exacerbando a seca na Amazônia e gerando tempestades destrutivas, como as que recentemente atingiram o Rio Grande do Sul.

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Impactos no clima

Especialistas de diversas instituições e organizações, como o Climate Central, estão notando que o aquecimento das águas do Atlântico está intensificando a formação de sistemas climáticos extremos. Isso está resultando em eventos severos, como furacões com grande potencial destrutivo.

Com a previsão de um La Niña mais intenso a partir de setembro, o Sudeste do Brasil deverá enfrentar períodos prolongados de seca e ondas de calor extremo. Esses fenômenos são esperados para se tornar mais frequentes durante o verão de 2025.

Em entrevista ao Diario do Litoral, o climatologista José Marengo prevê que a próxima primavera e o verão trarão um clima mais seco e temperaturas mais altas, exigindo ajustes significativos, especialmente na agricultura. Ele também alerta que as tempestades devem se tornar mais intensas, com ventos mais fortes, chuvas mais intensas, e um aumento nos riscos de inundações.

Mais calor sem circulação

Além disso, um estudo revelou que o Sistema de Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), que desempenha o papel de transportar calor dos trópicos para o Atlântico Norte, pode estar à beira de um colapso já em 2025. O AMOC tem demonstrado sinais de enfraquecimento considerável, correlacionado com o aumento das temperaturas nos oceanos.

Peter Ditlevsen, chefe da pesquisa do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhague, advertiu que a possível desativação do AMOC poderia causar impactos graves no clima global, influenciando a forma como o calor e a precipitação são distribuídos. O AMOC, que engloba a Corrente do Golfo, é fundamental para o transporte de calor das regiões tropicais para outras partes do planeta.

A destruição desse sistema provocaria um aquecimento acelerado nas regiões tropicais e a interrupção das chuvas vitais para os ecossistemas em áreas como a América do Sul, a região ocidental da África e o sul da Ásia. Simultaneamente, a Europa do Norte e Oeste enfrentaria tempestades mais severas e invernos extremamente frios, enquanto a costa leste dos Estados Unidos experimentaria uma elevação no nível do mar.

O estudo sublinha a necessidade urgente de diminuir as emissões globais de gases de efeito estufa para enfrentar essa ameaça iminente. Apesar de alguns cientistas permanecerem cautelosos devido às incertezas nos dados, que podem influenciar a precisão das previsões, Ditlevsen ressaltou que, embora o possível resfriamento na Europa do Norte e Oeste possa ocorrer, isso intensificaria ainda mais o aquecimento nos trópicos, onde as altas temperaturas já estão impondo graves desafios à vida.