Dados apontam que Argentina já se aproximava da pobreza muito antes de Milei

Em 2023, Javier Milei assumiu o cargo de presidente da Argentina e encontrou o país passando por uma crise econômica extrema. No entanto, uma pesquisa recente apontou que, mesmo antes de Milei entrar no poder, a situação já estava complicada para o país e os índices de pobreza eram considerados altos. 

Conforme divulgado, a situação ficou mais complicada após o aumento da inflação, que prejudicou o poder de compra dos argentinos. Dessa forma, houve um aumento nos níveis de pobreza no país durante o segundo semestre de 2023. Neste período, Milei ainda não era presidente, o que indica que a economia na Argentina estava passando por uma situação preocupante antes dele fazer mudanças no governo. 

Na semana passada, foram divulgadas novas informações sobre a situação. Os dados do governo publicados em 27 de março mostram que cerca de 41,7% dos argentinos viviam na pobreza no segundo semestre do ano, um pouco acima dos 40,1% anteriores. 

Nesse sentido, é um patamar um pouco abaixo do pico de 42% observado durante a pandemia e tende a continuar aumentando à medida que Milei cortar os gastos do governo, em grande parte com medidas de austeridade brutais.

A taxa de pobreza do país é impulsionada pela inflação anual, que ultrapassou os 276% e é calculada com base no custo de uma cesta de bens domésticos e dos salários médios.

Argentina após Milei 

A economia da Argentina encolheu 1,9% no quarto trimestre de 2023, com os economistas prevendo uma contração ainda mais acentuada, de 3,5%, em 2024. Por outro lado, em 2023, o custo desses bens básicos já tinha ultrapassado os rendimentos, de acordo com a consultora Empiria, sediada em Buenos Aires. 

Dessa forma, foi possível perceber que os contracheques caíram 11% em termos reais em dezembro em relação a novembro, a maior perda de renda mensal desde que o governo começou a acompanhar o indicador, há 29 anos.

No entanto, após Milei assumir o governo, ele conseguiu desvalorizar a moeda em 54%, cortou as taxas de juros e permitiu que os gastos públicos ficassem abaixo da inflação. Assim, o novo presidente optou por fazer cortes extremos, alegando ser uma forma de melhorar a economia do país. Milei suspendeu praticamente todas as obras públicas, cortou o financiamento às províncias e está avaliando os contratos de 70 mil empregos públicos.

Apesar disso, fica evidente que Milei tentou proteger as famílias argentinas que estavam abaixo da linha da pobreza dos sofrimentos de austeridade, já que o governo conseguiu aprovar novos aumentos das despesas para alguns dos programas de assistência social mais comuns.

Por enquanto, a situação na Argentina é incerta e será necessário aguardar novas informações para determinar o que irá acontecer com o país.