Conheça sinal precoce de Alzheimer e previna-se
A doença de Alzheimer, conhecida por afetar principalmente a memória, pode apresentar sinais iniciais muito antes de seu diagnóstico clínico.
Estudos recentes têm revelado indicadores surpreendentes que podem auxiliar na detecção precoce da condição, permitindo intervenções antecipadas.
Entre esses sinais estão dificuldades ao caminhar e alterações na visão, sintomas que oferecem novas perspectivas sobre a progressão da doença.
Conheça sinal precoce de Alzheimer e previna-se
Pesquisadores da University College London conduziram um estudo inovador utilizando óculos de realidade virtual para avaliar como diferentes grupos lidavam com desafios de navegação espacial.
Os participantes incluíram jovens saudáveis, idosos sem comprometimentos cognitivos e pessoas diagnosticadas com comprometimento cognitivo leve, um estágio que pode preceder o Alzheimer.
Durante os testes, os participantes precisavam seguir um percurso delimitado por cones e retornar ao ponto inicial usando apenas a memória.
Os resultados mostraram que aqueles em estágios iniciais de Alzheimer frequentemente superestimavam as curvas no trajeto e apresentavam maior inconsistência em sua percepção de direção.
De acordo com a Dra. Andrea Castegnaro, uma das autoras do estudo, essas dificuldades específicas de navegação não são comuns no envelhecimento saudável, mas indicam alterações cerebrais relacionadas ao Alzheimer.
Esse tipo de comprometimento na locomoção pode estar associado a alterações em regiões do cérebro responsáveis pela orientação espacial, como o hipocampo.
Identificar tais dificuldades oferece aos médicos uma nova abordagem para diagnosticar a doença em seus estágios iniciais.
Problemas de visão como alerta precoce de Alzheimer
Além da dificuldade em caminhar, alterações visuais também têm se mostrado um sinal importante de risco para o Alzheimer.
Pesquisas realizadas na Universidade de Loughborough, no Reino Unido, analisaram a relação entre a percepção visual e mudanças cerebrais.
Testes envolvendo a identificação de padrões de movimento, contraste e formas demonstraram que pacientes que posteriormente foram diagnosticados com Alzheimer apresentavam desempenho inferior nesses desafios.
Essas alterações podem estar ligadas ao acúmulo de placas amiloides em áreas do cérebro que processam informações visuais.
Problemas na percepção de contornos e cores, por exemplo, podem surgir até 12 anos antes dos sintomas mais evidentes, como perda de memória.
A identificação de sinais precoces, como dificuldade ao caminhar e problemas visuais, abre caminho para estratégias preventivas e tratamentos mais eficazes.
Consultas médicas regulares, tanto neurológicas quanto oftalmológicas, são essenciais, especialmente para quem tem histórico familiar da doença.
Embora o Alzheimer ainda não tenha cura, detectar a condição cedo pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares.