Cometa superbrilhante está vindo em direção à Terra
Em 2023, o mundo astronômico se agitou com a descoberta de um novo cometa, o C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), por dois programas de observação, Tsuchinshan e ATLAS. Este cometa chamou a atenção não apenas por sua trajetória, mas por promessas de um esplendor visual comparável aos grandes cometas do passado. Descrito inicialmente como um candidato a ser mais brilhante que Júpiter, as expectativas eram altas para sua passagem próxima à Terra.
Previsto para estar mais próximo de nosso planeta em 12 de outubro, a uma distância de aproximadamente 70,6 milhões de km, o cometa despertou o interesse de entusiastas e profissionais da astronomia. No entanto, informações recentes começaram a esboçar um cenário menos otimista.
Conforme o cometa se aproxima do Sol, agendado para 27 de setembro, a cerca de 58,6 milhões de km do astro, ele entra em uma fase crítica. A proximidade com o Sol faz com que cometas como o C/2023 A3 aqueçam e comecem a liberar gases e poeira, criando as conhecidas caudas que podem ser vistas da Terra. Este fenômeno, que muitas vezes altera a velocidade e trajetória do corpo celeste, é conhecido como aceleração não gravitacional.
Sinais de desintegração do cometa
O PhD em astronomia Zdenek Sekanina, através de uma análise ainda não revisada por pares, apontou que o C/2023 A3 mostra sinais claros de desintegração à medida que se aproxima do Sol. Aparentemente, o cometa está emitindo grãos de poeira de forma atípica e isso pode ser um indicativo de que ele pode não sobreviver à sua jornada pelo Sistema Solar. Tal comportamento foi ressaltado também por Ignacio Ferrin, da Universidade de Antioquia, enfatizando uma produção de poeira menor que o esperado quando o cometa estava a mais de 2 Unidades Astronômicas do Sol.
A fragmentação de um cometa como o C/2023 A3 antes de seu periélio (ponto de maior aproximação do Sol) tem importantes implicações científicas e observacionais. Enquanto diminui a possibilidade de um espetáculo visual impressionante ao olho nu, proporciona uma oportunidade exclusiva para estudar os processos de desintegração cometal e a dinâmica de tais eventos. Essa desintegração pode oferecer insights sobre a composição e a estrutura interna do cometa, aspectos cruciais para entendermos melhor esses objetos misteriosos.