Cientistas afirmam que o inverno este ano será diferente para o Brasil

Com a chegada do inverno nesta semana, cientistas realizaram um estudo para explicar os motivos que podem tornar o inverno brasileiro diferente durante 2024. No dia 20 de junho, começou o inverno, sendo marcado pelo dia mais curto do ano. A estação tem previsão para acabar dia 22 de setembro e promete apresentar algumas diferenças em relação aos anos anteriores. 

Conforme divulgado pela previsão do tempo, este ano o inverno deve apresentar temperaturas acima da média com pouca chuva nos estados brasileiros. Segundo especialistas, essas condições são incomuns nessa época do ano, que deve ser mais fria e com períodos mais nublados ou chuvosos. 

As pesquisas indicam dois fatores que podem estar contribuindo para essas mudanças. O primeiro é bloqueio atmosférico, que diminui a massa de ar frio, fazendo com que entre mais calor no país e impedindo que as temperaturas mais baixas avancem pelos estados do interior do Brasil.  

Além disso, essas condições acabam causando ondas de calor em pleno inverno, quando as temperaturas já deveriam ter diminuído. As águas aquecidas do Oceano Atlântico, influenciadas pelo El Niño, mudaram as expectativas para o inverno, resultando em menos frentes frias intensas no Brasil. Apesar disso, ainda ocorrerão dias frios, mas a duração desses períodos será mais curta do que o habitual.

Temperaturas durante o inverno

Nas capitais brasileiras, as temperaturas no primeiro dia da estação variam, com máximas de 22°C em Porto Alegre e até 35°C em Cuiabá, Porto Velho e Palmas, resultando em uma média nacional de aproximadamente 28°C. Em São Paulo, a previsão é de temperaturas entre 13°C e 28°C sem possibilidade de chuvas, enquanto no Rio de Janeiro, as temperaturas variam entre 16°C e 33°C, também sem chuvas.

A estação é caracterizada por menor incidência de radiação solar e massas de ar frio vindas do sul do continente, que reduzem as temperaturas no leste das regiões Sul e Sudeste para valores médios inferiores a 22°C. Essa queda pode provocar geadas nas regiões Sul, Sudeste e em Mato Grosso do Sul, além de neve nas áreas serranas do Sul. Inversões térmicas são comuns, resultando em nevoeiros que afetam a visibilidade em estradas e aeroportos, especialmente durante a manhã.

No Norte e Centro-Oeste, estados como Rondônia, Acre, parte do Amazonas e Mato Grosso também enfrentam friagem. Enquanto o inverno no Sudeste, Centro-Oeste e parte do Norte e Nordeste é menos chuvoso, o noroeste da região Norte, o leste do Nordeste e o Sul registram maiores volumes de precipitação. 

Com a massa de ar seco, a maioria dos estados estão em alerta, sobretudo para doenças respiratórias. 

Impactos do La Niña

Assim como o El Niño, o La Niña é um fenômeno natural que afeta o clima na Terra, podendo trazer algumas consequências em diversas regiões do mundo. 

Segundo dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), órgão que executa o monitoramento de mudanças e fenômenos climáticos no mundo, existe 75% do fenômeno climático La Niña acontecer entre 2024 e 2025. Embora tenha previsão de acontecer um período neutro, quando o La Niña se inicia.

No Brasil, o fenômeno também pode trazer possíveis impactos, principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Para especialistas, o inverno deste ano deve contar com a presença do fenômeno e suas consequências. Assim, entre julho e agosto, podemos ter o início do La Niña, o que traz impactos extremamente importantes para o clima no país. 

O fenômeno La Niña ocorre a cada intervalo de dois a sete anos, com duração de nove meses. Durante esse fenômeno, as regiões do leste e sudeste asiáticos e os países da Oceania experimentam chuvas intensas e aumento das temperaturas, enquanto a costa oeste da América do Norte e a América Central têm frio intenso, com a combinação de tempo frio e chuvas volumosas, assim como toda a costa pacífica sul-americana.