Cientista já explica quanto tempo levaríamos para chegar em Marte

Recentemente, um grupo de cientistas conseguiu novos dados sobre Marte e calcularam quanto tempo levaria para dar uma volta completa no planeta vermelho. Para estimar a quantidade de tempo caminhando, o professor de física e astronomia na Universidade George Manson, Erdal Yigit, considerou dois parâmetros principais: a velocidade do astronauta e a distância que ele percorreria a pé. 

Dessa forma, o estudo fez os cálculos levando em conta a velocidade média de caminhada na Terra, que é de 5 km/h, e o diâmetro de Marte, que é de 6.779 km, Yigit calculou que seria necessário caminhar cerca de 21.400 km para completar uma volta no equador do planeta.

No entanto, Marte não é uma esfera perfeita, e sua circunferência varia devido à sua rotação em torno do próprio eixo. Se o astronauta optasse por explorar os polos marcianos, a viagem seria um pouco mais curta, aproximadamente 160 km. Em contrapartida, o astronauta enfrentaria condições climáticas extremas devido ao frio intenso. 

Por isso, considerando a velocidade de caminhada e a gravidade 40% menor em Marte, Yigit estimou que a velocidade de caminhada no Planeta Vermelho dificilmente seria diferente daquela na Terra.

Supondo que o astronauta caminhasse sem parar a 5 km/h, levaria cerca de 4.290 horas para completar a volta por Marte. No entanto, os dias marcianos, chamados de sóis, duram 24,7 horas. Portanto, o astronauta precisaria de aproximadamente 174 sóis para concluir a jornada, sem considerar obstáculos geológicos como terrenos irregulares e montanhas. 

Além disso, é importante lembrar que é impossível percorrer grandes distâncias de forma contínua, mesmo com recursos como oxigênio, água e alimento suficientes. Considerando oito horas de sono por noite, a viagem exigiria outros 56 sóis além daqueles já calculados.

Marte Astronautas
Por enquanto, cientistas afirmam que humanos não conseguiriam viver mais de 4 anos em Marte. (Reprodução/Business Insider Espanha)

Vida em Marte 

Novos estudos afirmam que é possível sobreviver em Marte e a permanência humana em Marte é viável, mas não para sempre, conforme afirma um experimento. A única forma de sobreviver no planeta vermelho seria limitar o tempo da missão, de acordo com pesquisadores da Universidade da Califórnia, que publicaram um artigo na revista científica “Advancing Earth and Science Journal” em agosto de 2021, estimando que uma missão a Marte não deveria exceder quatro anos. 

A radiação secundária, proveniente dos raios cósmicos mais intensos, poderia resultar em problemas ainda maiores no corpo humano se uma nave mais resistente fosse construída, prolongando a estadia em Marte. Entretanto, essa opção não seria eficaz, pois quanto mais espessa a espaçonave, maior seria a chance de aumento da radiação secundária.

Neste caso, uma missão humana para Marte precisaria decolar durante o máximo solar, quando os astronautas estariam protegidos das ejeções mais perigosas de partículas energéticas solares. Isso ocorre aproximadamente a cada 11 anos, quando o Sol atinge o ápice de sua atividade. As partículas energéticas solares, como prótons, elétrons e íons pesados, representam uma ameaça significativa para os humanos no espaço. Essa radiação pode causar desde auroras boreais até danos aos sistemas de telecomunicação quando atinge a atmosfera terrestre.

O estudo, que fez diversas simulações para avaliar a possibilidade de vida prolongada no planeta vermelho, concluiu que os níveis altos de radiação espacial impõem limitações estritas tanto para humanos quanto para máquinas. Essa radiação torna improvável qualquer extensão do prazo de sobrevivência humana em Marte.

Os dados foram divulgados via Space.com.