Ciência esta estudando o interior dos vulcões
O aumento da curiosidade científica sobre vulcões tem levado especialistas de diversas regiões do globo a focar sua atenção na Islândia, reconhecida como uma das áreas mais ativas do mundo em termos de atividade vulcânica. No nordeste do país, a zona circundante do vulcão Krafla está se transformando em um ponto central de um audacioso projeto de pesquisa chamado Krafla Magma Testbed (KMT).
Essa proposta, conduzida por uma equipe global, tem como meta perfurar a câmara magmática de Krafla para expandir a compreensão sobre a dinâmica do magma subterrâneo. Esse conhecimento pode revolucionar a previsão de erupções e o avanço da energia geotérmica, explorando o calor extremo que vem das profundezas do planeta.
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Prevenção de erupção e fonte de energia
O projeto KMT planeja estabelecer um observatório subterrâneo de magma a aproximadamente 2,1 km de profundidade. Segundo Yann Lavelle, professor de vulcanologia na Universidade Ludvigs-Maximillian, essa iniciativa é semelhante a uma corrida espacial por seu potencial de transformar a compreensão da atividade dos vulcões. As perfurações possibilitarão a instalação de sensores de temperatura e pressão dentro do magma, permitindo uma análise aprofundada de suas dinâmicas.
A vigilância da atividade magmática abaixo da superfície é extremamente crucial, especialmente porque aproximadamente 800 milhões de pessoas residem a menos de 100 km de vulcões ativos. As informações obtidas podem não apenas preservar vidas, mas também ajudar a minimizar danos econômicos.
Além disso, a perfuração em Krafla tem como objetivo investigar novas oportunidades para a geração de energia geotérmica. O intenso calor do magma é uma fonte de energia quase ilimitada, que pode ser aproveitada para a produção de eletricidade. A Islândia já faz um uso extensivo de seus recursos geotérmicos, com 25% da eletricidade e 85% do aquecimento residencial oriundos dessa fonte.
Em 2009, uma descoberta inesperada de magma raso levantou questões científicas sobre o potencial energético dessas regiões quentes. O vapor superquente produzido era dez vezes mais eficiente do que os poços geotérmicos tradicionais, sugerindo um imenso potencial de transformação para a indústria de energia global.
Desafios na exploração de vulcões
Efetuar perfurações em áreas vulcânicas envolve desafios técnicos significativos. É fundamental empregar materiais que resistam a altas temperaturas, pressões extremas e gases corrosivos. Para atender a essas exigências, os pesquisadores estão criando novas ligas de níquel e titânio capazes de suportar essas condições adversas, utilizando conhecimentos adquiridos em setores como a indústria aeroespacial e nuclear.
Apesar de a proposta de realizar perfurações próximas ao magma parecer arriscada, os cientistas envolvidos no projeto KMT demonstram otimismo em relação à segurança da operação. Pesquisas geológicas sugerem que a ocorrência de fenômenos como explosões ou terremotos na região é bastante baixa.