Cidades provisórias serão criadas para população do Rio Grande do Sul

Nesta semana, foi anunciado que o governo estadual do Rio Grande do Sul tem planos para construir “cidades provisórias” para a população que ficou desalojada durante a tragédia climática que atingiu o estado nos últimos dias. Por enquanto, quatro municípios, que tiveram mais 65% da população desabrigada, podem ser beneficiados. 

Conforme divulgado, as cidades que devem ser atendidas pelo governo com essa medida são: Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Guaíba. Dessa forma, as construções temporárias devem fornecer abrigo e condições de vida para as pessoas até que sejam criadas soluções permanentes para acolher a população. 

Além disso, o governo informou que as cidades provisórias devem ser equipadas com cômodos para as famílias, com áreas comuns, como banheiros com chuveiros, cozinhas e lavanderias. O ambiente também deve contar com uma área exclusiva dedicada para crianças e outra para animações de estimação. 

O que diz o governo do estado

Por enquanto, o estado informou que deve contratar empresas para construir as cidades provisórias até semana que vem. Os locais já foram escolhidos para receber cada uma delas. Na capital, o espaço deve funcionar no Porto Seco e, em Canoas, no Centro Olímpico Municipal. Em São Leopoldo, o governo indicou o Parque de Eventos. No Guaíba, não há indicação até o momento, mas está sendo planejado. 

As informações foram cedidas pelo vice-governador Gabriel Souza (MDB). Segundo ele: “Pela experiência em desastres, essas pessoas que estão nos abrigos, em casas de terceiros, elas voltam para suas casas ou vão aderindo aos programas de aluguel social e vão se resolvendo. Mas vamos ter um resíduo que ficará nos abrigos e o governador pediu uma solução.”

Apesar disso, ele não forneceu datas específicas sobre a construção e finalização das cidades provisórias. “Na linha do tempo, a máxima urgência para o governo são as cidades provisórias”, disse o vice-governador. 

Situação no Rio Grande do Sul

Nos últimos dias, o número de vítimas no Rio Grande do Sul chegou a 151 o número devido aos temporais e enchentes que assolam o estado desde o final de abril. Segundo a Defesa Civil, 104 pessoas ainda estão desaparecidas e 806 ficaram feridas. A situação deixou 538 mil pessoas desalojadas, com 77 mil em abrigos e 538 mil em casas de amigos e parentes.

Após a inundação causada pela cheia do Guaíba, moradores de Porto Alegre enfrentam as consequências devastadoras da água, que atingiu o maior nível desde 1941. Com a água recuando, a população retorna a suas casas, encontrando danos significativos. Em bairros como Menino Deus, Cidade Baixa e Centro Histórico, o mau cheiro e a presença de esgoto exposto são comuns, além de animais mortos sendo vistos nas ruas.

A operação das casas de bombas foi crucial para o controle das enchentes. Das 23 bombas do sistema anticheias, 19 foram desligadas devido ao risco de choque elétrico durante a enchente. Atualmente, nove estão em funcionamento, ajudando a secar partes das ruas, permitindo que os moradores começassem a avaliar os estragos e o que pode ser recuperado de seus pertences.

Nas áreas mais afetadas, como a rua Antenor Lemos, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, a água acumulou até quase 2 metros de altura. Os moradores enfrentam a dura realidade de móveis, colchões e eletrodomésticos estragados e amontoados nas calçadas.