Cidade no nordeste do Brasil corre o risco de ser extinta
Em maio de 2023, uma pequena cidade no Maranhão, Buriticupu, presenciou mais um impacto devastador das “voçorocas” — um tipo de erosão extrema que tem engolido terrenos inteiros e que, se não for controlado, ameaça varrer o município do mapa.
As crateras, algumas com mais de 80 metros de profundidade, estão surgindo em várias partes da cidade, forçando os moradores a abandonar suas casas e aumentando o temor de que Buriticupu possa, um dia, deixar de existir.
Em um dos episódios mais chocantes, uma casa foi completamente “engolida” pelo solo, e um motorista caiu em uma dessas crateras, ferindo-se gravemente.
Cidade no nordeste do Brasil corre o risco de ser extinta
As voçorocas são um estágio avançado de erosão do solo, causado, principalmente, pelo escoamento intenso de águas da chuva.
Com a ausência de vegetação que proteja o terreno, o solo torna-se mais frágil, facilitando o acúmulo de pequenos sulcos que, com o tempo, aumentam de tamanho e se transformam em ravinas.
Quando essa erosão avança até os lençóis freáticos subterrâneos, surgem as voçorocas, que formam crateras extensas e profundas, como as que vêm se espalhando por Buriticupu.
Geólogos explicam que este fenômeno é particularmente preocupante em áreas onde o solo é arenoso ou argiloso, como na cidade de Buriticupu, e onde a drenagem é naturalmente comprometida.
A água infiltra-se pelas fissuras, removendo partículas e enfraquecendo o terreno até o ponto em que grandes trechos do solo desabam.
O impacto nas vidas de quem mora na cidade nordestina e como resolver
Para os moradores da cidade, conviver com o risco de ver o solo desaparecer sob os próprios pés é uma realidade assustadora.
Famílias inteiras precisam evacuar áreas com risco de colapso iminente, e muitos imóveis estão sendo abandonados.
Além das perdas materiais, o fenômeno gera um profundo impacto emocional e econômico para os habitantes, que não sabem se seus lares serão os próximos a sucumbir.
Geólogos e engenheiros identificaram medidas de contenção para minimizar o avanço das voçorocas.
Uma das principais estratégias envolve a reabilitação do solo degradado por meio do replantio de vegetação e da aplicação de geomantas, que ajudam a estabilizar as encostas.
Outra abordagem é o retaludamento, que corrige o desnível do terreno antes de iniciar a recuperação da área.
Em locais onde a urbanização é avançada, como em Buriticupu, barreiras físicas, como muros de contenção, também são essenciais para evitar que novas voçorocas se formem.
No entanto, especialistas alertam que, sem intervenções eficazes e contínuas, o fenômeno pode continuar a avançar, tornando o futuro da cidade cada vez mais incerto.