No tranquilo cenário da cidade Buriticupu, no Maranhão, uma ameaça assustadora está se manifestando lentamente, mas de forma devastadora. Enormes crateras, conhecidas como “voçorocas“, estão se alargando em ritmo acelerado, colocando em perigo não apenas a paisagem, mas também a segurança e o sustento das comunidades locais.
Nas últimas semanas, as fortes chuvas registradas em Buriticupu agravaram ainda mais a situação, levando ao aumento do número e do tamanho das crateras. O cenário é alarmante: algumas voçorocas têm até 70 metros de profundidade e 500 metros de extensão. O risco para as famílias que residem próximas a essas áreas se tornou insustentável, resultando no deslocamento de dezenas de famílias para locais mais seguros.
Diante da gravidade da situação, especialistas e autoridades enfatizam a necessidade premente de ações preventivas e mitigadoras. Investimentos em proteção do solo, preservação da vegetação, desvio de fluxos de água e realocação da população em áreas seguras tornaram-se imperativos para evitar uma tragédia de maiores proporções. O tempo é um fator crucial, e a inércia pode resultar em consequências irreversíveis.
A Prefeitura de Buriticupu está mobilizada na busca por recursos e assistência para enfrentar a crise. Órgãos governamentais, como o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional e o Ministério das Comunicações, estão prestando apoio e colaborando com as autoridades locais para lidar com a situação emergencial. No entanto, a magnitude do desafio exige uma resposta coordenada e eficaz de todos os níveis do governo.
Veja a seguir:
O fenômeno das “voçorocas” que afeta à Cidade Buriticupu
As voçorocas são fenômenos geológicos caracterizados por pequenas fendas no solo que, com o tempo, se desenvolvem em grandes crateras, muitas vezes atingindo o lençol freático. Originadas principalmente pela força da água da chuva, essas crateras se formam em solos onde a vegetação é escassa e tornam-se suscetíveis ao carregamento em enxurradas. O termo “voçoroca” tem origem no tupi-guarani e significa “terra rasgada” ou “ruptura na terra”.
Além do desmatamento, outras práticas humanas, como a agricultura e pecuária inadequadas, bem como a ocupação urbana desordenada, contribuem para o surgimento e avanço das voçorocas. A combinação de erosão pluvial, causada pelas chuvas, e a saída da água subterrânea potencializa essas crateras, que representam o estágio mais avançado da erosão e exigem esforços significativos para sua contenção e recuperação.
O reconhecimento do estado de calamidade pública em Buriticupu é um primeiro passo importante, mas a contenção e mitigação das voçorocas exigem uma abordagem multifacetada. Além dos recursos financeiros, é essencial investir em medidas de proteção do solo, preservação da vegetação e realocação da população em áreas seguras. O apoio do Ministério de Integração e Desenvolvimento Regional é fundamental nesse processo.