As fortes chuvas que têm atingido o estado do Maranhão nas últimas semanas têm gerado uma grave situação de emergência, afetando milhares de famílias em diversos municípios. De acordo com informações da Defesa Civil do estado, mais de 35 mil famílias foram impactadas pelas enchentes, que resultaram em desabrigados e desalojados em uma escala preocupante.
O cenário é alarmante: 64 cidades maranhenses foram declaradas em situação de emergência, com Buriticupu sendo a única em situação de calamidade pública. O fenômeno das “voçoroças”, grandes crateras que ameaçam engolir cidades, como o caso de Buriticupu, agravou ainda mais a situação. Essas crateras, que chegam a ter até 70 metros de largura e 500 metros de profundidade, são resultado das intensas chuvas e representam um perigo iminente para a população local.
Os rios que cortam o estado, como o Mearim, Munim, Itapecuru, Grajaú, Maracu, Pindaré, entre outros, têm registrado níveis acima do normal, causando o extravasamento de lagos e colocando diversas cidades em estado de alerta. O Rio Munim, por exemplo, já está sete metros acima do nível normal em Presidente Juscelino, enquanto o Rio Pindaré deixou a cidade de Alto Alegre do Pindaré completamente debaixo d’água, isolando-a do restante do estado.
Veja a seguir:
Esforços de Resgate e Assistência Humanitária
Diante da gravidade da situação, o poder público tem mobilizado esforços para prestar assistência às famílias afetadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e autoridades locais sobrevoaram áreas atingidas, como as cidades de Trizidela do Vale e Pedreiras, e visitaram abrigos que acolhem centenas de famílias desabrigadas.
O Governo do Maranhão tem trabalhado para garantir o abastecimento de mantimentos e combustíveis em regiões isoladas, como Alto Alegre do Pindaré, onde os postos de combustível estão sem estoque e os estabelecimentos comerciais começam a enfrentar desabastecimento. A empresa Vale disponibilizou um trem para transporte de carga e passageiros entre Alto Alegre do Pindaré e Santa Inês.
Perspectivas Climáticas e Ações de Prevenção para o Maranhão
O estado do Maranhão está dentro do período “chuvoso”, que ocorre entre os meses de janeiro e junho, sendo a região norte do estado a mais afetada pelas chuvas. Os registros de estragos iniciaram-se em fevereiro, intensificando-se em março com o aumento do volume de precipitação.
Diante desse quadro, torna-se urgente a implementação de ações de prevenção e preparação para desastres naturais, bem como o fortalecimento da infraestrutura de enfrentamento a enchentes e deslizamentos de terra, visando proteger a população e reduzir os impactos das intempéries climáticas.