Cervejaria famosa e adorada pelos brasileiros é acusada de trabalho escravo

Segundo um levantamento realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), responsável por divulgar dados sobre os trabalhadores, foram adicionados 204 nomes de empresas e empregadores que utilizam trabalho escravo em suas fábricas. Dentre as empresas, está uma cervejaria muito conhecida pelos brasileiros.

Recentemente a cervejaria dirigida pelo Grupo Heineken, a Kaiser, entrou na lista devido a um grupo de motoristas que prestavam serviço para a companhia. No ano de 2021, os trabalhadores foram resgatados de jornadas exaustivas que a companhia estabelecia. Conforme a matéria divulgada pelo Repórter Brasil, a fiscalização realizada na transportadora Sider resgatou 23 trabalhadores nas cidades de Jacareí e Limeira, em São Paulo.

A jornada dos motoristas não possuía descanso semanal remunerado, além de ser pago um baixo salário ao ponto de não possuir residência fixa, fazendo com que os trabalhadores morassem dentro dos próprios caminhões. Na época do ocorrido, a empresa apenas divulgou uma nota afirmando que respeita a legislação e que se mobiliza para apoiar os funcionários.

Trabalho análogo a escravidão no Brasil

Como dito anteriormente, no dia 5 de outubro o Governo Federal divulgou a lista com as empresas e empregadores que realizavam trabalho análogo à escravidão. Segundo a “lista suja”, os estados que possuem maiores empregadores nessa situação são: Minas Gerais (37), São Paulo (32), Piauí e Bahia (14), Maranhão (13) e Goiás (12). Dentre as atividades que mais são praticadas nesse tipo de serviço, está a criação de bovinos para corte, cultivo de café, serviços domésticos, produção de carvão vegetal, extração e britamento de pedras.

Além da cervejaria, outros estabelecimentos foram colocados na lista, sendo um total de 473 companhias que se envolvem nessa situação de trabalho análogo à escravidão. Desde sua criação em novembro de 2003, essa é a maior atualização feita na lista, com a maior inserção de nomes.