Casas Bahia vai fechar? Entenda a ação extrajudicial envolvendo a empresa

A Casas Bahia, gigante do varejo brasileiro fundada em 1952, enfrenta um momento desafiador. No último domingo (28 de abril de 2024), a empresa deu entrada em um pedido de recuperação extrajudicial, buscando renegociar suas dívidas de R$ 4,1 bilhões com credores como Bradesco e Banco do Brasil.

Apesar de sua longa história e da forte ligação com a família Klein, seus fundadores, a Casas Bahia hoje é uma empresa de capital pulverizado. A família Klein detém apenas 24% das ações, com Raphael Klein, neto do fundador Samuel Klein, como único representante no conselho de administração.

A crise que levou à recuperação extrajudicial tem raízes na pandemia de Covid-19. Em um esforço para se adaptar ao novo cenário, a empresa investiu pesadamente no comércio eletrônico, mas, segundo Michael Klein, essa estratégia se mostrou equivocada.

“Na época, era melhor se voltar para o comércio eletrônico. Passou a pandemia e a empresa continuou priorizando o online. Mas o cenário mudou, com a entrada de novos competidores, como Amazon, Shopee e Shein”, disse Michael Klein ao Estadão.

Casas Bahia reavaliou suas estratégias

Com a saturação do mercado online e a forte concorrência, a Casas Bahia precisou reavaliar suas estratégias. A nova diretoria, liderada por Renato Franklin, busca resgatar o “papel original do varejo”, focando no crediário físico e na experiência presencial do cliente.

“Estávamos gastando muito dinheiro para construir muitas coisas. Isso é uma briga insalubre e que queima dinheiro sem parar. Se você vai para o lado, para fora disso, que sempre foi nosso diferencial como Casas Bahia, estamos num oceano azul”, disse Renato Franklin em entrevista no ano passado.

O futuro da Casas Bahia dependerá da efetiva reestruturação da empresa e da capacidade de se adaptar às novas demandas do mercado. A recuperação extrajudicial oferece a oportunidade de renegociar dívidas, redefinir estratégias e buscar um novo modelo de negócio sustentável.

Resta saber se a empresa conseguirá superar os desafios e retomar sua posição de destaque no varejo brasileiro. A família Klein, apesar de ter diluído sua participação acionária, ainda possui um papel importante na história da empresa e poderá contribuir para sua reestruturação.