Astrônomos descobrem 2 buracos negros que podem revelar o surgimento do universo

Astrônomos descobriram dois buracos negros supermassivos, cada um com 100 milhões de vezes a massa do nosso Sol, brilhando intensamente dentro de duas galáxias que estão prestes a se fundir. Esses colossais objetos cósmicos, conhecidos como quasares, foram descobertos em um estudo recente publicado na revista científica “The Astrophysical Journal Letters”.

A descoberta é inédita e revela que esses quasares estavam se fundindo durante o “Amanhecer Cósmico” ou “Época da Reionização”, uma época primordial em que estrelas, galáxias e outros corpos celestes estavam se formando pela primeira vez.

Astrônomos descobrem 2 buracos negros.
(Reprodução/Internet)

Astrônomos revelam qual é a importância

Quasares são núcleos galácticos extremamente luminosos que foram inicialmente detectados na década de 1960. O termo “quasar” é uma abreviação de “fonte de rádio quase estelar” (do inglês, quasi-stellar radio source). Apesar do nome, os astrônomos hoje sabem que os quasares são fracos emissores de ondas de rádio. No entanto, o apelido pegou e o estudo desses objetos é crucial para entender o processo de formação de corpos celestes durante fusões galácticas primordiais, próximas ao Big Bang.

Atualmente, o Universo tem aproximadamente 13,7 bilhões de anos, e até agora, cerca de 300 quasares foram descobertos na “Época da Reionização”. Porém, nenhum deles havia sido encontrado em um par até esta descoberta. “As propriedades estatísticas dos quasares na ‘Época da Reionização’ nos fornecem muitas informações, como o progresso e a origem da reionização, a formação de buracos negros supermassivos durante o ‘Amanhecer Cósmico’ e a evolução inicial das galáxias hospedeiras desses quasares”, explicou Yoshiki Matsuoka, astrônomo da Universidade Ehime, no Japão, e autor principal do estudo.

Essa foi uma descoberta acidental

A descoberta dos dois quasares em fusão foi um processo longo e, curiosamente, aconteceu por acaso. Devido à remota localização desses objetos no tempo, os pesquisadores precisaram rastrear grandes áreas do céu para identificar possíveis candidatos. “Notei duas fontes semelhantes e extremamente vermelhas, uma ao lado da outra. Foi puramente acidental”, afirmou Matsuoka.

Para confirmar a natureza desses quasares, os astrônomos realizaram estudos de espectroscopia, fundamentais para compreender os elementos que compõem esses corpos celestes. Descobriram que os quasares eram muito fracos para serem detectados no infravermelho próximo e que parte da luz na faixa óptica vinha da formação contínua de estrelas em suas galáxias hospedeiras. Além disso, a identificação de uma ponte de gás entre os dois quasares indicou que eles e suas galáxias estavam passando por uma fusão em grande escala.

A descoberta desses dois quasares em fusão é um marco na astronomia, fornecendo novas perspectivas sobre a formação e evolução dos buracos negros supermassivos e das galáxias no início do Universo. Estudar esses objetos pode revelar segredos sobre o “Amanhecer Cósmico” e a “Época da Reionização”, períodos críticos para a compreensão da formação das primeiras estrelas e galáxias.

Além disso, essa fusão de quasares pode ajudar os cientistas a entender melhor o papel das interações galácticas na evolução do cosmos. A descoberta abre portas para novas pesquisas e observações, permitindo que os astrônomos explorem ainda mais as origens do nosso Universo.