Americanas, 123 Milhas e mais: casos polêmicos de recuperação judicial

Nos últimos tempos, o cenário empresarial no Brasil tem sido marcado por uma série de casos polêmicos de recuperação judicial, incluindo algumas das empresas mais populares ​​do país. Os pedidos de recuperação judicial têm se multiplicado, sinalizando desafios enfrentados pelo setor corporativo.

Entre os casos mais recentes, destacam-se as situações envolvendo a Americanas, a 123Milhas, a MaxMilhas, o grupo Petrópolis, a Oi e a Light, empresas que agora se encontram em um momento de fragilidade financeira, tendo recorrido ao setor Judiciário em busca de soluções para suas dificuldades econômicas.

Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, aponta para um panorama mais amplo que envolve o aumento de pedidos de recuperação e falências em 2023. Ele atribui esse aumento à alta das taxas de juros e à desaceleração da economia, destacando a relação entre a inadimplência. Em outras palavras, a tendência de inadimplência se materializa como um reflexo da combinação de taxas de juros elevados e da estagnação econômica que advém do aperto monetário.

Saiba quais foram as empresas

Americanas: em janeiro deste ano, a gigante do varejo entrou com um pedido de recuperação judicial que repercutiu em todo o país. As dívidas da empresa alcançaram uma cifra de R$ 43 bilhões, abrangendo diversos tipos de credores, desde instituições financeiras a trabalhadores e fornecedores. Esse pedido se tornou o quarto maior já registrado no Brasil, ficando para trás apenas das recuperações judiciais da Odebrecht, Oi e Samarco.

Grupo Petrópolis: um dos maiores fabricantes de cerveja do país, também entrou com um pedido de recuperação judicial, alegando dívidas de R$ 4,4 bilhões.

Oi: após sair de um longo processo de recuperação judicial em dezembro de 2022, voltou a buscar a proteção do Judiciário em março, ilustrando os desafios persistentes que a empresa enfrenta em sua busca por estabilidade financeira.

Light: uma concessionária de energia, também lançou esse mecanismo em maio, apresentando dívidas avaliadas em cerca de R$ 11 bilhões.

123Milhas: em agosto deste ano, a empresa sofreu dificuldades financeiras e solicitou recuperação judicial. No entanto, o processo de recuperação foi interrompido pela Justiça em setembro após o Banco do Brasil, um de seus maiores credores, entrar com um pedido de suspensão. A 123Milhas havia sido alvo de investigações de órgãos públicos e defesa do consumidor antes de recorrer à recuperação judicial.

MaxMilhas: empresa do mesmo grupo da 123Milhas, é mais um reflexo que abalou o mercado de agências de turismo online. Em setembro, a MaxMilhas também solicitou recuperação judicial, argumentando que os efeitos da restrição da 123Milhas prejudicaram suas operações.

O cenário econômico atual, marcado por desafios como altas taxas de juros e estagnação, tem contribuído para a crescente necessidade de empresas recorrerem à recuperação judicial como uma salvação.