Alteração na corrente do Oceano Atlântico pode destruir o planeta e marcar o fim do mundo

Pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, alertam para o risco crescente de um colapso na circulação das correntes oceânicas do Atlântico, um sistema crucial para a estabilidade climática global.

Segundo um estudo recente publicado na revista Science Advances, esse sistema está se tornando cada vez mais vulnerável devido ao aquecimento global, e um eventual colapso pode ter consequências devastadoras.

Alteração na corrente do Oceano Atlântico pode destruir o planeta

O sistema de circulação das correntes oceânicas do Atlântico, conhecido pela sigla AMOC (Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico), desempenha um papel fundamental na regulação do clima, transportando água quente para o norte e água fria para o sul.

Essa dinâmica é essencial para manter o clima ameno em várias regiões, especialmente na Europa Ocidental.

No entanto, o aumento das temperaturas globais e o consequente derretimento das geleiras, principalmente na Groenlândia, estão alterando o equilíbrio de salinidade e temperatura das águas do Atlântico, colocando o AMOC em risco.

Os cientistas alertam que a interrupção desse sistema de circulação pode resultar em mudanças climáticas severas.

Na Europa, por exemplo, a temperatura média pode cair drasticamente, com quedas de até 1°C por década. Em algumas regiões, o resfriamento pode ser ainda mais extremo, transformando cidades como Londres e Paris em ambientes semelhantes aos do Ártico.

Além disso, os trópicos também sofreriam impactos significativos, com alterações nas estações úmidas e secas na Amazônia, o que poderia desestabilizar a biodiversidade local.

Quais são os sinais de alteração na corrente do Atlântico e o que fazer?

O estudo coordenado por René van Westen utilizou uma combinação de dados sobre o derretimento das geleiras e simulações climáticas avançadas para prever possíveis cenários futuros.

Os pesquisadores identificaram que medições na latitude de 34 graus Sul, aproximadamente na altura de Buenos Aires, são cruciais para monitorar a entrada de água doce no Atlântico e sua influência na AMOC.

Segundo van Westen, “há um valor crítico para o transporte de água doce nessa latitude. Se esse valor for ultrapassado, indica que um colapso abrupto da AMOC é iminente“.

Para evitar um cenário tão catastrófico, é imperativo que medidas sejam tomadas para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa, principal causa do aquecimento global.

A continuidade da AMOC em seu estado atual depende de manter o equilíbrio entre temperatura e salinidade das águas oceânicas, algo que só será possível com ações globais coordenadas para mitigar as mudanças climáticas.

A perspectiva de um colapso na AMOC sublinha a urgência de enfrentar a crise climática de forma decisiva. As futuras gerações dependem das ações que tomarmos agora para preservar a estabilidade do nosso planeta e evitar consequências irreversíveis.