Por que mesmo sendo um dos grandes produtores de alimentos o Brasil ainda está no Mapa da Fome?
O Brasil ainda enfrenta o desafio de combater a fome, uma questão complexa que persiste apesar dos avanços econômicos.
Embora o desemprego tenha diminuído, os preços dos alimentos continuam a subir, superando os aumentos salariais. Essa situação mantém o país no Mapa da Fome da ONU, um status que havia sido superado em 2014.
Especialistas apontam que o problema não é a falta de alimentos, mas sim a desigualdade no acesso a eles. A produção agropecuária brasileira é robusta, mas muitos produtos são destinados à exportação, o que pode afetar a segurança alimentar interna. Além disso, as mudanças climáticas representam um risco crescente para o abastecimento.
Por que a fome ainda existe no Brasil?
A fome no Brasil é uma questão multifacetada. Enquanto o país é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, a distribuição desigual de renda e a inflação dos alimentos criam barreiras para o acesso à alimentação.
Políticas macroeconômicas são vistas como essenciais para erradicar a fome em larga escala, como foi feito anteriormente com programas como o Bolsa Família e a valorização do salário mínimo.
Entretanto, a piora dos indicadores de emprego e renda desde a crise de 2014/2016, agravada pela pandemia, reverteu muitos dos avanços anteriores.
Como a produção agrícola impacta a segurança alimentar?
A produção agrícola do país é vasta, mas predominantemente voltada para commodities como soja e milho, que são exportadas em grande parte.
Investimentos em agricultura familiar e políticas públicas para incentivar o cultivo de alimentos voltados para o mercado interno são vistos como soluções potenciais.
Apesar disso, a produção atual de arroz e feijão tem sido suficiente para atender à demanda interna, graças a aumentos na eficiência agrícola. No entanto, a dependência de commodities para exportação expõe o país a riscos associados às flutuações do mercado internacional.
O Brasil pode sair do Mapa da Fome?
O governo federal estabeleceu a meta de retirar o país do Mapa da Fome da ONU até 2026. Medidas como o relançamento do Bolsa Família e o fortalecimento de programas de merenda escolar têm contribuído para a redução da insegurança alimentar.
No entanto, ainda há milhões de brasileiros em extrema vulnerabilidade social que precisam ser alcançados por políticas públicas.
Para atingir essa meta, é necessário aumentar a inclusão de pessoas em programas assistenciais, como o Cadastro Único.
O governo planeja uma busca ativa para identificar e apoiar aqueles que ainda não têm acesso a esses recursos, com o objetivo de incluir 80% dos habitantes em risco de insegurança alimentar até 2027.