Após anos extintas, ave pré-histórica volta natureza
Embora muitas espécies estejam enfrentando o risco de extinção, algumas conseguiram reverter essa situação, como o takahē, também conhecido como Tacaé-do-sul. Esta ave, com origens que remontam à pré-história, foi reintroduzida no seu habitat natural em agosto de 2023 e, atualmente, já apresenta uma população crescente, com vários filhotes.
A reintrodução do takahē ao seu habitat natural foi o resultado de um esforço colaborativo entre o Departamento de Conservação da Nova Zelândia (DOC) e a comunidade Ngāi Tahu. Por muitos anos, acreditava-se que a espécie, que havia sido extinta, não poderia ser trazida de volta à vida.
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Retorno da ave
O projeto teve início com a soltura de 18 takahēs em Greenstone, sua área original de habitat. Em seguida, mais 10 aves foram liberadas na mesma região. Atualmente, a população da espécie já supera 500 indivíduos, devido à reprodução e ao crescimento natural da colônia.
Contudo, a reintrodução da espécie enfrenta diversos obstáculos. O takahē, por não ser capaz de voar, medir apenas 50 cm de altura e pesar entre 2,3 e 3,8 quilos, torna-se uma presa fácil para predadores, como furões, ratos e gatos selvagens.
O inverno representa um período crucial, pois a redução da alimentação dos roedores leva predadores que normalmente se alimentam deles a buscar novas presas, elevando o risco para o takahē. Embora os especialistas monitorem constantemente a situação, o cenário ainda gera preocupação. No entanto, a equipe de pesquisa permanece otimista em relação à preservação e ao futuro da espécie.
Ações contra extinção no Brasil
No Brasil, o governo tem adotado ações de conservação para preservar as espécies em risco de extinção. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por meio do Projeto Pró-Espécies – Todos contra a Extinção, tem desempenhado um papel fundamental na proteção de 193 das 290 espécies catalogadas como criticamente ameaçadas.
Em 2024, foi publicado um relatório que mostrou que 112 espécies de plantas, 50 peixes de água doce, 19 invertebrados terrestres, 6 aquáticos, 2 peixes marinhos, 2 répteis, 1 ave e 1 mamífero estão agora sob proteção por meio de medidas de conservação.
Acordo mundial
Essas iniciativas são fundamentadas nos compromissos estabelecidos pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que desde 1992 busca promover o desenvolvimento sustentável e preservar a biodiversidade mundial. Um estudo conduzido por pesquisadores da Newcastle University, no Reino Unido, concentrou-se nas aves e mamíferos, que são os grupos mais monitorados e estudados.
A pesquisa mostrou que, desde 1993, as políticas de conservação conseguiram prevenir a extinção de entre 21 e 32 espécies de aves, além de evitar a perda de 7 a 16 espécies de mamíferos. Já desde 2010, o impacto foi ainda mais significativo, com a preservação de 9 a 18 espécies de aves e de 2 a 7 de mamíferos.
Embora tenham sido alcançadas importantes vitórias, o estudo também apontou que, nos últimos 17 anos, 10 espécies de aves e 5 de mamíferos foram extintas ou estão em risco iminente de extinção. No entanto, os cientistas ressaltam que, sem as medidas de conservação adotadas, o número de extinções poderia ser de 2,9 a 4,2 vezes maior, o que evidencia o impacto positivo dessas iniciativas.