Lista de países que utilizam a escala 4×3 na jornada de trabalho
A proposta de adotar a escala 4×3 tem gerado um intenso debate e dividido opiniões em vários países. A ideia é reduzir a carga semanal para 36 horas, distribuídas em apenas quatro dias de trabalho, com três dias de folga. Esse modelo tem conquistado apoio, pois promete trazer vantagens como uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores, mais tempo para a família e, até mesmo, um aumento na produtividade.
Contudo, a proposta também tem sido alvo de críticas, especialmente por parte de economistas e empresários, que argumentam que a diminuição da carga horária pode impactar negativamente a economia, aumentar o desemprego e prejudicar pequenos empreendedores que dependem de jornadas de trabalho mais longas.
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Países que adotam a escala 4×3
Diversos países estão implementando ou experimentando a semana de quatro dias, com resultados diversos. Na Bélgica, por exemplo, desde 2022, os trabalhadores podem optar por dividir suas 38 horas semanais em quatro ou cinco dias, com a flexibilidade de aumentar a carga para até 45 horas em uma semana, reduzindo a quantidade de horas trabalhadas na semana seguinte.
A Islândia, por exemplo, tem adotado a jornada de quatro dias de maneira mais abrangente, mantendo o salário intacto, e os resultados têm sido bastante favoráveis, com um aumento significativo na produtividade e na satisfação dos funcionários.
Outros países, como Escócia, Inglaterra, Suécia, Espanha, Alemanha, Japão e Nova Zelândia, também estão implementando ou avaliando esse modelo, com a maioria dos casos demonstrando resultados positivos em termos de produtividade e bem-estar dos trabalhadores.
Debates no Brasil
No Brasil, a proposta de adotar a jornada 4×3 surgiu do movimento VAT (Vida Além do Trabalho), que destaca os efeitos negativos do excesso de trabalho. Em resposta, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou um projeto de lei para substituir as 44 horas semanais atuais por 36 horas, adotando a escala 4×3.
A proposta enfrenta resistência no Congresso, com parlamentares argumentando que a redução da carga horária pode prejudicar a economia e aumentar o desemprego. Críticos, como o deputado Zé Trovão (PL-SC), veem a medida como uma “solução simplista”, enquanto o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) aponta uma falha técnica, ao permitir jornadas de até 8 horas, o que contradiz a carga semanal de 36 horas.
A PEC que propõe a jornada 4×3 já tem o apoio de mais de 200 deputados, mas ainda precisa passar pela análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para verificar sua conformidade com a Constituição e possíveis ajustes.