Qual era a doença do Maníaco do Parque?
O longa “Maníaco do Parque” estreou no Prime Video nesta sexta-feira (18), revivendo a trajetória de Francisco de Assis Pereira, personagem vivido por Silvero Pereira. A produção combina elementos reais e fictícios para contar a história do criminoso, que está encarcerado desde agosto de 1998 na penitenciária de Iaras, em São Paulo.
Entre janeiro e julho de 1998, Francisco de Assis Pereira foi responsável por atacar e matar ao menos 11 jovens mulheres, todas com menos de 24 anos. Ele atraía suas vítimas para o Parque do Estado, uma área remota e densa em vegetação, onde as levava para o interior da mata.
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Lá, elas eram submetidas a abusos sexuais, tortura e, em diversos casos, estrangulamento. Após os assassinatos, o Maníaco do Parque deixava os corpos no parque, muitas vezes nus e cobertos por folhas e galhos, com o objetivo de dificultar sua descoberta.
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Doença negada
Durante o período em que os crimes ocorreram, Francisco de Assis Pereira foi diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial, um termo frequentemente vinculado à psicopatia na época. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), embora o transtorno seja uma condição séria, não pode ser classificado como uma doença propriamente dita. Psicopatas são indivíduos que não possuem sentimentos como empatia, exibindo uma frieza emocional notável.
Entre 2001 e 2002, Francisco foi submetido a quatro julgamentos que resultaram em sua condenação. No entanto, os jurados decidiram ignorar os laudos psiquiátricos que apontavam sua semi-imputabilidade, o que poderia ter levado à sua internação em uma instituição psiquiátrica, em vez de ser enviado ao sistema prisional.
Maníaco do Parque
O padrão de seleção de suas vítimas era evidente: jovens mulheres, em sua maioria atraídas por oportunidades no universo da moda ou publicidade. Francisco se apresentava como fotógrafo ou agente de modelos, um disfarce crucial em seu modus operandi, que unia violência à manipulação psicológica. Seu carisma e habilidade de persuasão ocultavam suas reais intenções, tornando mais fácil enganar suas vítimas.
O caso começou a se desenrolar em julho de 1998, quando a polícia localizou seis corpos no Parque do Estado, todas as vítimas com evidentes sinais de violência sexual. A similaridade dos crimes e a proximidade dos locais onde os corpos foram encontrados fizeram o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) suspeitar da ação de um serial killer.
Captura
A prisão de Francisco de Assis Pereira foi possível após uma de suas vítimas escapar e fornecer à polícia detalhes fundamentais, permitindo a criação de um retrato falado amplamente divulgado pela imprensa. Com a imagem em circulação, Francisco fugiu para o sul do Brasil, buscando se esconder em pequenas cidades.
Francisco acabou sendo capturado em Itaqui, no Rio Grande do Sul, a mais de 700 quilômetros de Porto Alegre, apenas 23 dias após a divulgação de seu retrato falado. Durante sua prisão, ele confessou parte dos crimes, admitindo ter assassinado 11 mulheres e realizado 23 ataques.
Apesar de sua sentença totalizar 280 anos, a legislação brasileira limita o período máximo de encarceramento a 30 anos. No entanto, para conquistar a liberdade, Francisco precisará ser submetido a rigorosas avaliações psicológicas.