Como vai ficar o Bluesky e Threads com a volta do X
No dia 8 de outubro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu permissão para a reativação da plataforma X no Brasil. Em decorrência dessa decisão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) notificou as operadoras de telefonia, que começaram o processo de desbloqueio gradual da plataforma.
A permissão do STF para a reativação do X foi concedida após o pagamento de multas por não cumprimento de decisões judiciais no Brasil. O valor total quitado foi de cerca de R$ 28,6 milhões, possibilitando o retorno da rede social, que foi adquirida por Elon Musk em 2022, após 40 dias de suspensão.
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Como ficam as outras redes?
Com a interrupção do X no Brasil, muitos usuários se deslocaram para plataformas como Bluesky e Threads. Segundo informações da consultoria Bites, publicadas pelo O Globo, o Threads possui 3,3 milhões de usuários ativos, enquanto o Bluesky tem quatro milhões, embora o Threads não tenha divulgado seus números totais.
Douglas Bocalão, COO da Ampfy, considera que essas plataformas possuem um limite e que muitos usuários estavam ansiosos pelo retorno do X. “Precisamos aguardar a estabilidade do X; as marcas não estão com pressa para tomar decisões”, afirma. Já Vinicius Tieppo, head de mídia da VML Brasil, ressalta que o Threads promove debates mais aprofundados e uma integração com o Instagram, enquanto o Bluesky rapidamente atrai influenciadores.
No que diz respeito à publicidade, Larissa, da WMcCann, aponta que tanto o Threads quanto o Bluesky têm restrições em relação à mensuração e aos formatos disponíveis. Emily Liu, representante do Bluesky, mencionou que não há intenções de introduzir publicidade na plataforma.
Embora o X ofereça alguns formatos de anúncios, não se espera que as marcas invistam em campanhas pagas, optando por estratégias orgânicas em sua comunicação. Desde a entrada de Musk, a receita mensal de anúncios do X teve uma queda superior a 55%.
Volta das marcas para o X
Marcas como o Duolingo já estão voltando a atuar na plataforma, lançando campanhas que relembram suas postagens anteriores à suspensão. No entanto, a formulação de uma estratégia de longo prazo na rede continua sendo incerta, dada a insegurança em relação às decisões judiciais.
Analigia Martins, diretora de marketing do Duolingo no Brasil, enfatiza que a empresa retornou ao X de forma cautelosa, monitorando o comportamento dos usuários. “Estamos analisando se vale a pena investir da mesma forma que antes. Caso ocorram alterações na plataforma, estaremos preparados para nos adaptar e, se preciso, alterar nossa estratégia”, declara.
Além das incertezas legais, as marcas manifestam preocupações em relação à propagação de notícias falsas e aos desafios relacionados à segurança de suas marcas. Vinicius Tieppo destaca que a proibição não foi a única razão para a saída das empresas; muitas já haviam se afastado devido à ausência de critérios adequados para segurança e controle de desinformação. “Para reconquistar o interesse dos anunciantes, a plataforma precisa implementar mudanças significativas nessas áreas”, acrescenta.