La Niña: Pacífico registra anomalias pela primeira vez em 2024

Informações atualizadas da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) revelam que, pela primeira vez em 2024, a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial atingiu um patamar associado ao fenômeno La Niña. Esse registro se encontra precisamente na fronteira entre a condição de neutralidade e a fase fria do oceano.

De acordo com o mais recente boletim da NOAA, divulgado no início da semana passada, a anomalia de temperatura na superfície do mar na região Niño 3.4, que cobre o Pacífico Equatorial Central-Leste, atingiu -0,5°C. Esta área é utilizada oficialmente para identificar a presença ou não dos fenômenos climáticos.

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Anomalia no pacífico

Desde julho, essa região vem registrando anomalias negativas de temperatura por seis semanas seguidas. No entanto, foi a primeira vez que a anomalia chegou a -0,5°C, valor mínimo exigido para identificar a presença do fenômeno La Niña.

Embora esse seja um marco importante, a MetSul Meteorologia destaca que uma única semana com esse valor não é suficiente para a declaração oficial de um evento do fenômeno. É preciso que os valores de -0,5°C ou inferiores se mantenham por várias semanas consecutivas para que o fenômeno seja formalmente reconhecido.

A NOAA também acompanha a região Niño 1+2, situada próxima às costas do Peru e Equador, que atualmente registra uma anomalia de +0,2°C. Apesar dessa área influenciar o clima no sul do Brasil, ela não é considerada para a definição oficial de um evento clássico de La Niña.

Previsão do La Niña

Conforme o Centro de Previsão Climática (CPC) da NOAA, há mais de 80% de probabilidade de que um evento de La Niña se desenvolva durante esta primavera. A atualização de setembro aponta uma chance de 71% entre os meses de setembro e novembro, 29% de neutralidade, e 0% para a ocorrência de El Niño.

Entre outubro e dezembro, a probabilidade de La Niña sobe para 81%, enquanto a chance de neutralidade fica em 19%. No trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025, a possibilidade de La Niña atinge 83%, diminuindo gradualmente para 63% no início de 2025, até estabilizar em 47% entre os meses de fevereiro e abril do mesmo ano.

Impactos

O fenômeno La Niña exerce uma influência significativa no clima global, marcado por temperaturas mais baixas do que o normal na superfície do Pacífico Equatorial central e oriental. Essa condição altera os padrões de vento, precipitação e temperatura em diversas regiões ao redor do mundo.

No Brasil, por exemplo, o Sul do país costuma enfrentar uma redução nas chuvas, enquanto as regiões Norte e Nordeste tendem a registrar um aumento nas precipitações. Além disso, o fenômeno La Niña pode intensificar a chegada de massas de ar frio no Sul, especialmente em outonos antecipados, e aumentar a probabilidade de ondas de calor durante o verão. Em nível global, a ocorrência de La Niña geralmente provoca uma ligeira diminuição da temperatura média da Terra.