Ontem, dia 26, e hoje, dia 27 de setembro, diversas regiões do Brasil celebram o Dia de Cosme e Damião, uma festa marcada pela distribuição de doces às crianças, uma tradição que atravessa gerações.
Embora seja um evento popular, principalmente em comunidades religiosas e afro-brasileiras, muitos brasileiros desconhecem o significado profundo dessa celebração e a origem de suas diferentes datas.
Qual é o significado do dia de Cosme e Damião? Conheça a origem da data
A festa de Cosme e Damião tem raízes no Cristianismo e nas religiões de matriz africana. Para os católicos, São Cosme e Damião eram irmãos gêmeos que viveram no Império Romano, no século IV.
Conhecidos por serem médicos, eles praticavam a medicina de forma gratuita, tratando os enfermos como um ato de fé.
Perseguidos durante as campanhas contra os cristãos sob o governo de Diocleciano, foram presos e martirizados em 303 d.C.
Tornaram-se, então, padroeiros dos médicos, farmacêuticos e daqueles que trabalham na área da saúde.
A confusão em relação às datas se deve a uma mudança feita pela Igreja Católica em 1969. Antes disso, o dia 27 de setembro era o escolhido para homenagear os irmãos.
No entanto, com a sobreposição da festa de São Vicente de Paulo, cuja morte ocorreu em 27 de setembro, a Igreja deslocou a celebração de Cosme e Damião para o dia 26, deixando a data original para São Vicente.
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Dia de Cosme e Damião une tradições católicas com costumes do candomblé e umbanda
Mesmo com essa alteração oficial, a maioria dos brasileiros continua comemorando a data no dia 27, especialmente entre aqueles ligados às tradições afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda.
Nesta mistura dos costumes das religiões, uma característica marcante da cultura afro-brasileira, Cosme e Damião são associados aos Ibejis, orixás gêmeos que representam a proteção e a pureza das crianças.
Nos terreiros de Candomblé e Umbanda, a festa é um momento de agradecimento e oferendas, simbolizando a importância da infância e a crença de que cuidar das crianças traz alegria, prosperidade e longevidade.
Além dos rituais religiosos, o costume de distribuir doces reflete o espírito de generosidade que marcou a vida de Cosme e Damião.
Assim como os irmãos ofereciam seu trabalho de cura gratuitamente, a distribuição de doces simboliza o ato de dar sem esperar nada em troca, reforçando valores de união e comunidade.
A tradição sobrevive como um elo entre diferentes crenças, unindo fé, cultura e celebração em torno da proteção e alegria das crianças.