Queimadas no Brasil: como se proteger da fumaça e evitar doenças respiratórias
A fumaça das queimadas, que tem coberto cidades nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, está gerando preocupações devido à presença de gases tóxicos, como o monóxido de carbono, e de partículas finas que permanecem suspensas no ar.
Esses elementos são altamente prejudiciais e podem intensificar problemas respiratórios, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Segundo Margareth Dalcolmo, pneumologista e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, em entrevista ao g1, “a exposição prolongada a esses poluentes tem o potencial de desencadear uma crise de saúde pública”.
Neste texto você encontrará:
Veja também: Desastre ambiental no Brasil transforma dia em noite em vários estados
Como se proteger?
Para reduzir a exposição à fumaça das queimadas, o Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas:
- Ingestão de água e líquidos: Aumentar a ingestão para manter as vias respiratórias hidratadas.
- Redução do tempo de exposição: Permanecer em ambientes internos e bem ventilados.
- Uso de ar condicionado ou purificadores de ar: Melhorar a qualidade do ar dentro de casa.
- Manutenção de portas e janelas fechadas: Durante períodos de alta concentração de poluentes.
- Evitar atividades físicas: Especialmente durante os picos de poluição e entre 12 e 16 horas, quando os níveis de ozônio são mais altos.
- Uso de máscaras: Máscaras cirúrgicas, de pano, lenços ou bandanas ajudam a reduzir a exposição a partículas maiores. Máscaras respiradoras N95, PFF2 ou P100 oferecem proteção adicional contra partículas finas.
- Cuidados especiais para crianças, idosos e gestantes: Seguir as recomendações com atenção e buscar atendimento médico se apresentarem sintomas respiratórios ou outros problemas de saúde.
- Revisão dos planos de tratamento para pessoas com condições cardíacas, respiratórias ou imunológicas: Garantir que os medicamentos estejam sempre disponíveis e procurar ajuda médica em caso de crises.
- Considerar afastamento temporário da área afetada: Se necessário, para evitar maiores riscos à saúde.
Riscos da fumaça
A fumaça gerada pelas queimadas é composta por vários elementos tóxicos, incluindo Material Particulado (PM2.5), Monóxido de Carbono (CO), Compostos Orgânicos Voláteis (COVs), Óxidos de Nitrogênio (NOx), Ozônio e Metais Pesados.
O PM2.5 é formado por partículas diminutas que têm a capacidade de provocar inflamação no organismo, agravar doenças respiratórias crônicas e elevar o risco de problemas cardiovasculares graves, incluindo arritmias, infartos e derrames.
O Monóxido de Carbono se adere à hemoglobina no sangue, prejudicando o transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. Essa interferência pode causar graves problemas de saúde e comprometer o funcionamento de órgãos vitais.
Os Compostos Orgânicos Voláteis podem causar irritação nas vias respiratórias. Além disso, esses compostos estão relacionados a um aumento no risco de câncer e outras doenças graves.
Óxidos de Nitrogênio e Ozônio são poluentes que têm o potencial de provocar crises de asma e intensificar problemas respiratórios; o ozônio, especificamente, pode induzir tosse e elevar o risco de infecções pulmonares. A fumaça das queimadas também pode conter Metais Pesados, como chumbo e mercúrio, que são altamente tóxicos e podem causar danos severos aos órgãos, além de aumentar o risco de câncer.