Novo estudo aponta que o FIM DO MUNDO está mais distante do que pensávamos
Há quase dez anos, estudos climáticos têm explorado um cenário relacionado à imensa camada de gelo da Antártica Ocidental. A visão apocalíptica é a seguinte: com o derretimento substancial das bordas flutuantes da camada de gelo, restarão imensos penhascos voltados para o mar.
Esses penhascos, que serão muito altos e íngremes, se tornarão instáveis. Grandes fragmentos de gelo se soltarão deles, revelando paredes ainda mais altas e precárias, que eventualmente também começarão a desmoronar, resultando em um colapso descontrolado.
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Se esse gelo cair no oceano e as emissões de gases de efeito estufa atingirem níveis muito elevados, a Antártica pode adicionar mais de 30 centímetros ao aumento do nível do mar global até o fim do século. Apesar de ainda ser uma hipótese, os cientistas a levaram a sério o suficiente para classificá-la como uma possibilidade de “baixa probabilidade e alto impacto” na última avaliação da ONU sobre o aumento futuro do nível do mar.
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Novos estudos sobre o fim do mundo
No entanto, novas evidências indicam que essa possibilidade pode ser menos provável do que se imaginava anteriormente. Embora a Antártica Ocidental continue vulnerável ao aquecimento global e ao derretimento do gelo, as simulações recentes sugerem que o colapso em cadeia dos penhascos de gelo pode ser menos iminente.
Mathieu Morlighem, pesquisador do Dartmouth College, esclareceu ao site Conversation que a teoria original sobre a instabilidade dos penhascos de gelo marinhos empregava uma abordagem simplificada para prever como esses penhascos poderiam colapsar com a perda da plataforma de gelo.
Estudos recentes mostram que os penhascos de gelo só começarão a falhar de forma sistemática quando atingirem cerca de 135 metros de altura. Mesmo nesse ponto, a falha ocorrerá de maneira mais gradual do que o inicialmente previsto, até que os penhascos alcancem alturas muito maiores.
Dados e resultados
Morlighem detalhou que a equipe empregou três modelos de alta resolução para examinar como a nova compreensão sobre a instabilidade dos penhascos de gelo afetaria a geleira Thwaites neste século. Segundo os resultados obtidos no estudo, mesmo no caso de um colapso imediato de toda a plataforma de gelo de Thwaites, a frente de gelo não retrocederia rapidamente para o interior apenas devido à instabilidade dos penhascos de gelo marinhos.
Na ausência da plataforma de gelo, o gelo da geleira se deslocaria mais rapidamente em direção ao oceano, o que levaria a uma frente de geleira mais fina. Como resultado, os penhascos não seriam tão altos quanto se pensava anteriormente. O pesquisador concluiu que a geleira Thwaites manteria uma estabilidade relativa até, pelo menos, 2100.
Ele também comentou que, ao simular um colapso da plataforma de gelo em 50 anos, foi notado que a linha de aterramento da geleira — onde o gelo tocado encontra o oceano — se deslocaria para o interior. No entanto, mesmo sob essas circunstâncias, a instabilidade dos penhascos de gelo marinhos, por si só, não causaria um recuo acelerado.