Tábuas de 4 mil anos são decifradas e revelam acontecimentos assustadores
Um estudo recente trouxe à luz segredos obscuros de um passado distante. Quatro tábuas de argila, com cerca de 4 mil anos de idade, tiveram seus textos decifrados, revelando o que são considerados os registros mais antigos já descobertos sobre eclipses lunares. Mas o que torna essa descoberta tão intrigante é a forma como esses fenômenos celestes eram interpretados naquela época: como presságios de morte e destruição.
As tábuas, encontradas na antiga Mesopotâmia, região que hoje corresponde ao Iraque, foram escritas em escrita cuneiforme, um dos sistemas de escrita mais antigos do mundo. Durante séculos, seus segredos permaneceram ocultos, até que uma equipe de pesquisadores, liderada pelo astrofísico Mathieu Ossendrijver da Universidade de Tübingen, na Alemanha, conseguiu decifrar os textos.
Eclipses e Presságios das Tábuas
Os autores das tábuas usavam observações astronômicas detalhadas para prever eclipses lunares. No entanto, esses eventos celestes não eram vistos apenas como fenômenos naturais, mas como sinais divinos, muitas vezes associados a desgraças e catástrofes.
“Os textos descrevem eclipses em termos de cores e tamanhos, e os associam a eventos específicos, como a morte de reis ou a destruição de cidades”, explica Ossendrijver. “Essa visão fatalista dos eclipses nos dá uma janela fascinante para a mentalidade das pessoas que viveram há milênios.”
A descoberta dessas tábuas nos lembra que o medo do desconhecido e a busca por explicações para os fenômenos naturais são características humanas que transcendem o tempo. A crença em presságios e a interpretação de eventos celestes como sinais divinos moldaram a história da humanidade por milênios, e continuam a influenciar a cultura e o pensamento em muitas partes do mundo até hoje.
A decifração dessas tábuas milenares é um passo importante para a compreensão da astronomia e da cultura da antiga Mesopotâmia. Os pesquisadores esperam que novas descobertas ajudem a desvendar outros mistérios do passado e a lançar luz sobre a evolução do pensamento humano ao longo dos séculos.