Nova formação do El Niño pode mudar a formação do clima no Brasil e países ao redor
Recentemente, cientistas identificaram um novo fenômeno climático, que tem sido chamado de novo El Niño, que pode influenciar significativamente o clima no Hemisfério Sul, incluindo o Brasil e países vizinhos.
Denominado “Padrão de Número 4 de Ondas Circumpolares do Hemisfério Sul”, essa descoberta sugere a existência de um sistema similar ao El Niño, mas que atua em latitudes médias, entre os trópicos e os polos.
Novo El Niño pode mudar a formação do clima no Brasil
O estudo, publicado no início deste mês de julho, revela que uma pequena área no oceano tem o potencial de provocar mudanças significativas nas temperaturas, impactando o clima de maneira abrangente.
Balaji Senapati, um dos coautores do estudo, compara a descoberta a “encontrar um novo botão de ativação do clima da Terra“.
Ele destaca que uma região oceânica relativamente pequena pode desencadear efeitos climáticos em grande escala.
Utilizando modelos climáticos avançados, os cientistas simularam 300 anos de condições atmosféricas e oceânicas, incorporando dados sobre gelo marinho para obter uma visão abrangente do sistema climático terrestre.
A análise dessas simulações permitiu a identificação de um padrão cíclico de variações na temperatura do mar ao redor do Hemisfério Sul, com quatro áreas alternando entre condições mais quentes e mais frias.
Este ciclo começa próximo à Nova Zelândia e Austrália, estendendo seus efeitos por todo o hemisfério.
Descoberta do novo El Niño é muito importante
Quando ocorrem mudanças na temperatura do oceano nesta área específica, uma reação em cadeia é desencadeada na atmosfera, criando ondas que se propagam e alteram os padrões climáticos.
Essas mudanças afetam a distribuição de calor entre o oceano e o ar, influenciando a profundidade da camada superior de água quente nos oceanos, resultando em variações de temperatura.
A descoberta deste novo padrão climático pode aprimorar as previsões meteorológicas e a compreensão dos fenômenos climáticos, especialmente no Hemisfério Sul.
Os cientistas acreditam que essa nova formação atua de forma independente de sistemas tropicais como o El Niño, indicando que sempre fez parte do sistema climático da Terra.
Com a identificação deste novo padrão, espera-se uma melhoria na capacidade de prever eventos climáticos extremos e uma melhor compreensão das mudanças climáticas, beneficiando diretamente a análise e previsão do tempo no Brasil e em seus países vizinhos.