Vulcão extinto abriga substância que é capaz de mudar o mundo como conhecemos hoje
A indústria de mineração européia registrou um avanço notável com a recente descoberta feita por geólogos da empresa Rare Earths Norway. No coração de um extinto vulcão na Noruega, uma zona conhecida como Complexo de Fen Carbonatite, localizada em Telemark, revelou um tesouro geológico sem precedentes. Este é agora o lar do maior depósito de terras raras já encontrado na Europa continental.
Armazenando cerca de 8,8 megatoneladas de óxidos de terras raras, esta descoberta é vista como um potencial atenuador da dependência européia de importações externas, podendo atender até 10% da demanda desses minerais indispensáveis. O Complexo surgiu há cerca de 580 milhões de anos, oriundo de movimentos vulcânicos, que consolidou uma massa de carbonatito, altamente rica em minerais de carbonato.
Qual é a importância das terras raras encontradas?
As terras raras, incluindo elementos como neodímio e praseodímio encontrados neste depósito, são cruciais para a moderna indústria tecnológica. Esses elementos são componentes na fabricação de ímãs que impulsionam turbinas eólicas e veículos elétricos, além de terem usos em uma série de outros equipamentos eletrônicos e especialidades médicas.
O CEO da Rare Earths Norway, Alf Reistad, destacou o aspecto transformador desta jazida. Segundo ele, a empresa já planeja iniciativas como a realização de perfurações exploratórias e a construção de uma planta piloto para processamento do minério. Este desenvolvimento não só visa estabelecer uma cadeia de suprimento estável e segura dentro da Europa, como também reduzir significativamente a atual dependência do continente de fontes estrangeiras, predominantemente da China, que domina o comércio global desses metais.
A descoberta pelo Complexo de Fen Carbonatite simboliza um marco promissor na história da mineração. Ao oferecer uma fonte substancial e estratégica de terras raras dentro da Europa, abre-se a possibilidade de diversificar as fontes globais de fornecimento desses elementos críticos. Este avanço não apenas melhora a segurança geopolítica em termos de recursos minerais, mas também apoia o crescimento de tecnologias sustentáveis e a transição energética na região.