Pesquisadores encontram oceano antigo que separou supercontinentes
Pesquisadores descobriram evidências surpreendentes de que rochas em ebulição podem ter “rasgado” a crosta terrestre, formando um oceano na região onde atualmente está localizada a Mongólia.
A pesquisa, publicada recentemente na revista Geophysical Research Letters, sugere que esse fenômeno ocorreu durante o período Devoniano, entre 419 milhões e 359 milhões de anos atrás. Naquela época, os mares eram dominados por peixes e as plantas começavam a surgir na terra firme.
Os pesquisadores analisaram rochas vulcânicas do noroeste da Mongólia, uma área que, durante o Devoniano, estava entre dois supercontinentes: Laurentia, no hemisfério Norte, e Gondwana, no hemisfério Sul.
A análise dessas rochas forneceu pistas importantes sobre os processos geológicos que moldaram a Terra há milhões de anos, revelando a complexidade e a dinâmica do nosso planeta primitivo.
Pesquisadores explicam como funciona a formação dos oceanos e a Pluma Mantélica
Hipóteses anteriores já sugeriam que microcontinentes poderiam ter se chocado uns contra os outros, fundindo-se através de um fenômeno conhecido como agressão, no qual corpos celestes se agregam ao longo do tempo.
A equipe de cientistas encontrou evidências da presença de uma pluma mantélica na região estudada – uma coluna de rocha quente que se eleva do manto da Terra em direção à superfície.
Essa descoberta pode ser a chave para entender como o processo de acreção está associado tanto à ruptura de continentes quanto à formação de oceanos. A pluma mantélica teria contribuído para a fragmentação da crosta terrestre, criando um espaço que foi preenchido por água, resultando na formação de um oceano.
Os dados extraídos da pesquisa estão sendo analisados para reconstruir a aparência e a dinâmica desse antigo oceano Devoniano, proporcionando uma visão mais clara sobre os eventos geológicos daquela era.
A Pangeia e a Deriva Continental
Para compreender o contexto dessas descobertas, é importante recordar a teoria da deriva continental, proposta pelo meteorologista e geofísico alemão Alfred Wegener no início do século XX.
Segundo Wegener, há cerca de 225 milhões de anos, todos os continentes formavam uma única massa chamada Pangeia, circundada por um único oceano, a Pantalassa. A fragmentação da Pangeia deu origem a dois supercontinentes: Laurásia e Gondwana, que continuaram a se mover até alcançar a configuração atual dos continentes.
Foi apenas na década de 1960 que a comunidade científica obteve provas concretas da existência das placas tectônicas e do mecanismo que as movimenta sobre o magma. Essas descobertas revolucionaram a geologia e ajudaram a explicar muitos dos fenômenos observados na crosta terrestre, incluindo a formação de oceanos.
A pesquisa recente sobre a Mongólia acrescenta uma peça crucial ao quebra-cabeça da história geológica da Terra, oferecendo novas perspectivas sobre como os continentes e oceanos se formaram e evoluíram ao longo de milhões de anos. Com a continuidade dos estudos, os cientistas esperam desvendar ainda mais segredos sobre o nosso planeta e suas transformações ao longo do tempo.